Adriana Teixeira
Simoni
A hegemonia com que o
transporte individualizado vem se
mostrando crescente nos últimos 20 anos,
parece que preocupa a poucos,
porém angustia a muitos quanto há dificuldade de fluir-se no trânsito ou
quando pretende-se estacionar o
carro, isso se torna algo tremendamente
difícil.
Outra constante são as políticas
públicas preconizando situações contrárias para solucionar essa desordem. Promovem projetos para ampliar financiamento e exoneração de impostos para
colocar mais carros às ruas sendo que o
certo seriam projetos e incentivos para esvaziar as ruas de carros. Isso se mostra barbaramente
antagônico as verdadeiras e mais urgentes
atitudes para minimizar problemas
sociais que a população brasileira vem sendo envolvida inclusive por esse
favorecimento aos veículos particulares.
Perceba que muitos dos
projetos implantados em grandes centros para diminuir o número de veículos
circulando é bestial, pois a exemplo da cidade de São Paulo com rodízio de
placas de veículos, isso favoreceu ao final as montadoras, pois fez com que
adquirissem mais veículos para não serem barrado do seu ir e vir. Isso tudo por quê? Ora, porque o transporte coletivo não
funciona, não é adequado, não é pensado de forma a solucionar o problema de
excesso de veículos particulares as ruas, não estão preocupados com o meio
ambiente em mitigar as emissões de CO2 e
o aquecimento global.
A preocupação na verdade é garantir obras
sistemáticas e manter a indústria ativa e sem quedas de faturamento. Isso
tem seu
lado bom, mas as preocupações
devem sempre vir atreladas ao social,
pois se não pensarmos nas pessoas logo teremos uma cidade de veículos e robôs.
Por esse caminho
inquietante que seguimos onde se derrubam prédios históricos que fazem parte da
história da cidade sem o menor pudor ou questionamento. Sem avaliar o que aquele prédio significou para comunidade onde
está inserido a séculos, somente
justificando a necessidade de criar novas vagas de estacionamento.
Será que a sociedade quer
realmente mais vagas pagas para estacionar veículos? Ou quem sabe ela é induzida a pensar ser esta a necessidade mais premente pelo fato de haver incentivo ao
consumo de novos veículos e o desmazelo
notório do transporte coletivo combinado com o aumento
populacional. Ou talvez, essa mesma sociedade apesar do poder
que sente ao conduzir esse veículo deixa
de perceber verdadeiramente o que seria muito mais vantajoso a ela. Ter
um transporte coletivo adequado ou ficar 3 4 horas dentro de SEU VEICULO
PARTICULAR tentando chegar em seu compromisso?
Que tal por exemplo ter garantido mais ofertas e melhor atendimento público de
saúde, melhores e mais comprometidas escolas públicas, transporte coletivo com mais tranqüilidade para chegar ao trabalho ou
lazer, ao final do mês contemplar um ótimo ganho salarial e ainda ter a garantia de que ao fim de sua vida
contributiva obterá sua aposentadoria tão sonhada?
Conclui-se que a sociedade
foi ludibriada pela possibilidade de possuir um veículo. Está anestesiada para
não perceber que o prazer de dirigir seu próprio veículo não lhe trás na vida
nenhuma vantagem, muito pelo contrário o
pouco que possui ainda é extorquindo em altos preços de combustíveis, impostos
e pedágios, consumindo horas de sua vida ou talvez encurtando-a de vez.
Dê um basta a essa dependência,
vamos buscar cobrar um transporte coletivo e uma cidade para pessoas
desfrutarem e não para veículos
disputarem.
MAS VOCÊ DEVE DAR A PARTIDA, EXIGINDO DO GOVERNO TAL POSIÇÃO e
não apenas comprando um novo veículo.....
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