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1 de dezembro de 2016

DEBATER O DESPERDÍCIO da ÁGUA NAS ESCOLAS






“Não é incomum que os livros didáticos (e outros materiais que abordam essa questão) silenciem sobre o consumo e o desperdício da água nos segmentos industrial e agrícola, que são bem superiores ao consumo e desperdício doméstico”. A observação é de Larissa Brant, estudante de Engenharia Ambiental da UFMG, que ministra minicurso junto ao professor do Coltec, Eliano de Freitas nesta terça, 18 de outubro, na Semana do Conhecimento. O tema: ‘Educação e água: As abordagens sobre a água nos livros didáticos do ensino médio’. A atividade integra projeto da Universidade que realiza análise crítica sobre a abordagem do tema ‘água’ nos livros escolares adotados em 30% dos estabelecimentos do país. Conheça o trabalho na entrevista de Larissa a Miguel



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Durante a Semana do Conhecimento da UFMG você realizará curso sobre como os livros didáticos brasileiros analisam o tema ‘Água’. Poderia nos falar de sua pesquisa sobre a questão?
A pesquisa analisa a abordagem do tema água nos livros didáticos de geografia do ensino médio aprovados pelo Programa Nacional do Livro Didático 2015. Propomos uma análise crítica sobre os discursos e representações da questão ambiental nos materiais didáticos e paradidáticos. O objetivo é compreender como ocorre a produção e disseminação dos discursos sobre a água nos livros. O que esses discursos refletem ou retratam sobre a “problemática da água” nesse momento histórico? Quais ideologias são veiculadas, por meio dessas abordagens didáticas? É importante destacar que o trabalho integra um projeto mais amplo - A Crise Ambiental nos meios de comunicação e em materiais (para)didáticos da educação básica: abordagens geográficas, coordenado por Eliano de Souza Martins Freitas, professor do Coltec da UFMG. Assim, essa abordagem sobre a água tem sido feita por meio de pesquisas e análises em diferentes contextos.
Como foi a escolha dos livros didáticos? Qual o critério usado para selecioná-los?

No Programa Nacional do Livro Didático 2015 foram aprovadas 18 coleções para serem escolhidas pelos professores de geografia de todo o território nacional. Dessas coleções, 16 foram distribuídas, sendo que detectamos que três coleções, que utilizamos na pesquisa - elas representam cerca de 30% dos livros adotados no país. Ou seja, essas coleções tiveram grande penetração nos estabelecimentos de ensino do país e, certamente, estão veiculando discursos e representações sobre a água, nos diferentes espaços escolares. Nesse sentido, é importante analisar tais coleções, pois acreditamos que esses discursos e representações podem ter grande influência nas concepções sobre a água que os estudantes terão ao final da educação básica.
O que chamou sua atenção nestes livros ao longo da pesquisa?
A água é trabalhada numa perspectiva de recurso finito e de que estamos próximos a uma “escassez hídrica absoluta”, quando na verdade, estudos já demonstram que a quantidade de água no planeta é a mesma desde a última glaciação, e que podemos estar com uma disponibilidade aumentada devido ao aquecimento global, como alguns pesquisadores na área já divulgam amplamente.
Trata-se de um tom apocalíptico sobre a água, com base no que denominamos de Ideologia do Desenvolvimento Sustentável, em um contexto de transformação da água em mercadoria e de, por exemplo, demonização do uso doméstico, colocando esse setor como responsável pelo maior desperdício e pela escassez hídrica absoluta, quando na verdade o maior desperdício está no setor agropecuário e a escassez absoluta não é uma realidade.
Não é incomum que os livros didáticos (e outros materiais que abordam essa questão) silenciem sobre o consumo e o desperdício da água nos segmentos industrial e agrícola, que são bem superiores ao consumo e desperdício doméstico. Ao mesmo tempo, é possível verificar que determinados temas ligados a água são silenciados no discurso dos livros didáticos, como por exemplo os conflitos pela água no Brasil e no mundo, a ausência de exposição e reflexão de alguns conceitos que são importantes à essa temática, as discussões sobre os avanços e retrocessos da legislação brasileira sobre a água, etc.
Não é que a água não deva ser preservada pelo usuário comum, mas a situação real do problema é outra. Assim, há uma “política do silêncio” no que tange a água, pois enquanto estamos culpabilizando o uso doméstico e prescrevendo como os indivíduos devem se comportar para economizar água, não permitimos que outras reflexões críticas sobre a “problemática da água” façam parte das aulas de geografia (e de outras disciplinas), perdendo a oportunidade de sensibilizar os estudantes para uma formação mais crítica.
Para se ter uma ideia, somente no estado de Minas Gerais, no ano de 2015, foram detectados diversos focos de disputa pela água, com ocorrências policiais ligadas a sabotagens, ameaças e agressões. São conflitos por disputas de mananciais envolvendo o agronegócio, com monoculturas diversas (eucalipto, milho, soja), extração mineral, pecuária e piscicultura, em todas as mesorregiões do território mineiro, com destaque para conflitos em municípios como Uberlândia, Uberaba, Patos de Minas, Araguari, Pará de Minas, Paraopeba, Unaí, Caeté e São Gotardo.
Esse é um problema comum às três coleções?
No que tange essa pesquisa, analisamos, até o momento, uma das obras e estamos preparando as análises para as duas outras selecionadas. Mas, estamos ampliando as análises para as demais, pois é nossa intenção já ter uma primeira aproximação com os temas dos outros volumes selecionados para análise durante a Semana do Conhecimento, pois ofereceremos o minicurso ‘Educação e Água: as abordagens sobre a água nos livros didáticos de geografia do ensino médio’. A previsão é de que até abril de 2017 a pesquisa com as três coleções mais vendidas no Brasil esteja finalizada. Há também a perspectiva de continuidade da pesquisa para as demais coleções, a partir de 2017.
Em que essa análise impacta na formação ou atualização de professores de geografia?
Essas pesquisas são importantes, pois permitem pensar novas estratégias e didáticas. A partir do que é detectado pelas pesquisas é possível pensar em materiais didáticos alternativos para que os professores ampliem suas possibilidades de intervenção em sala de aula. Por isso, propomos o minicurso Educação e Água. Estamos preparando novas propostas pedagógicas para os professores e entregaremos para cada participante do minicurso um conjunto de atividades para complementar as discussões propostas nos livros didáticos. Futuramente , as propostas didáticas produzidas deverão estar on-line para os professores acessarem livremente. Em outros termos, há uma preocupação em articular pesquisa, ensino e extensão, a partir dos estudos desenvolvidos no grupo.
Como a atualização dos professores poderia refletir na formação de estudantes do ensino médio?
A Geografia considera que, como todos fazem parte do espaço geográfico, cada um tem o poder de modificar esse espaço, que é formado também por ações humanas. Acreditamos que o estudante deva ter essa consciência para realizar transformações efetivas na situação da crise hídrica, em vez de manter uma visão tradicional sobre a questão. A partir do momento em que se ampliam as discussões sobre a “problemática da água”, ampliam-se também as reflexões para que o estudante do ensino médio tenha um conhecimento mais aprofundado sobre essa temática.
E sem a análise crítica a ação transformadora não ocorreria?
Acredito que não aconteceria de forma efetiva. A Ideologia do Desenvolvimento Sustentável, na nossa opinião, tem o poder de subordinar e qualificar os sujeitos ora para manutenção do status quo ora para o questionamento e subsequente transformação da ordem vigente. Nesse sentido, a ação transformadora só poderá ocorrer, por meio de uma abordagem crítica sobre a “problemática da água” (e das demais questões ambientais), que vise explicitar os silenciamentos que ocorrem nessas discussões. A água deve ser tratada como um direito de todos e não como um bem econômico. A análise crítica permite ressignificar esse debate em diversos níveis de ensino.
Como a pesquisa será apresentada em um minicurso?
Além de mim e do meu orientador, o minicurso contará com duas outras pesquisadoras de Iniciação Científica do Programa de Monitoria do Ensino Técnico que trabalham com questões culturais e com as tensões sobre a água nos livros didáticos. Estamos reunindo esses conhecimentos para realizar o minicurso. Ainda estamos tecendo os detalhes, mas temos boas expectativas. A ideia é fazer um mapeamento inicial de como os participantes do minicurso veem a problemática da água, qual o entendimento dos mesmos sobre as formas de debate e discussão dessa temática no ensino básico; posteriormente, pretendemos apresentar os eixos de discussão propostos nos livros didáticos analisados, numa perspectiva crítica apontando o que é positivo nesses materiais e o que, em nossa concepção, deve ser melhorado. Por fim, apresentaremos algumas propostas de intervenção em sala de aula e entregaremos alguns materiais para os participantes.
A ideia é focar em licenciandos: qual resultado o minicurso pretende atingir?
Achamos que esses estudantes chegarão com uma perspectiva diferente da que abordaremos. Teremos estudantes de biologia, ciências socioambientais, química e de outras áreas correlatas, que nem esperávamos que fossem participar. Nossa intenção é criar espécie de manual que reúna nossa visão junto a uma nova perspectiva trazida pelos alunos do curso sobre a questão da água - e que possa ser divulgado para todos que não puderem participar das atividades. Esse material contará com propostas de aula, alguns de nossos resultados e ideias para tratar as questões.
Fonte: https://medium.com/@ufmg/%C3%A1gua-na-did%C3%A1tica-vis%C3%B5es-de-um-silenciamento-pol%C3%ADtico-87bcca5a824e#.gplrzn4br

8 de maio de 2011

A TODAS AS MÃES


Adriana Teixeira Simoni
Ótimo momento para uma reflexão sobre a MÃE NATUREZA também.

Neste ano de 2011 a campanha da fraternidade lançada pela Igreja Católica remeteu-nos a uma reflexão bastante profunda com relação ao planeta. Esse apóio nada mais é do que um chamado da  própria  natureza,  clamando por ajuda. Várias são as direções desse chamado  que acabam  dirigindo mais atenções  e olhares ao planeta.
É visível que  está aumentando o número de pessoas e também de cidades e  países engajados em movimentos ativos e também em chamados de reflexão como este, bastante importante da Igreja Católica, para olharmos com atenção para as ações que contribuem negativamente para o planeta,  desenvolvendo nessas pessoas engajadas revolta “boa” , revolta que transforma realidades  , revolta que tira do conforto do hábito e faz habituar-se com ações e atitudes  mais dignas e mais saudáveis promovendo assim a sustentabilidade do Planeta.

A  citação de São Paulo  "Pois sabemos que a criação inteira geme e sofre as dores de parto até o presente" (Rm 8,22), na Frase  e lema  usados nos cartazes da campanha, realmente nos envia a uma reflexão bastante real do que o planeta tem passando, ao menos às pessoas que cedem a essa  reflexão.

Tema: Fraternidade e a Vida no Planeta.
Lema "A Criação Geme em Dores de parto"

Sendo assim, voltemos nossa atenção não somente a mães geradoras  nesse mês ,  mas principalmente a MÃE NATUREZA pois sem ela não haveriam mães para serem parabenizadas pois a diversidade planetária é dependente uma da outra e uma SEM  a OUTRA não   concebe  vida.

Utilizando um texto publicado aqui no blog mesmo,  em  Junho de 2010 volto a lembrar uma analogia entre a Mãe geradora e a MÃE NATUREZA em três ocorrências comuns que exemplificam bastante nossas ações dia a dia com as duas entidades.

“O consumo consciente da água : Dentro desta problemática, podemos associar a nossa mãe de todo dia, porque da mesma forma que ela, nossa mãe, está ali, sempre pronta a nos atender, a água também , você abre a torneira e ela sai limpinha, fresquinha pronta para ser usada. Porém muitas vezes nós não pensamos nela como “mãe” no momento em que escovamos os dentes, lavamos a louça, a calçada ou ignoramos um vazamento mesmo que este esteja externo, antes do relógio medidor.
Se pensarmos nessa comparação, nossa “mãe” iria embora pelo ralo, com um custo bárbaro para seu retorno a torneira.

 O lixo produzido a cada dia : Quando- pensamos no que dar de presente a nossa mãe, seja no dia das mães, no natal, aniversário sempre queremos lhe agradar com algo belo, útil e que dure muito. Pois bem , pra nossa “MÃE NATUREZA” você também deve pensar assim. Ela também merece mesmo carinho. Ao descartarmos nosso lixo em casa podemos colaborar dando ao meio ambiente um presente, separando o lixo reciclável ,que poderá ser reutilizado, do lixo orgânico onde a natureza também se encarregará , com algum tempo , de absorver, Mãe sempre sabe tudo.

As queimadas : A poluição promovida com- queimadas é uma crescente falta de consideração geral, pois com essa irresponsabilidade se expõe não só o meio ambiente a um crime, mas todos os cidadãos do planeta. Além do aquecimento global há um considerado aumento de procura nos postos de saúde por problemas respiratórios. É uma prática arcaica, prejudicial e infame!
Com nossa querida mãe , tratamos de protegê-la de todo mal que possa atingi-la, e assim deve ser com Meio ambiente, quando ver o inicio de uma queimada , denuncie!

Vimos em muitos artigos, reclames de televisão, letras de música entre outros, a expressão “MÃE NATUREZA”, mas será que estamos dando a atenção e o valor realmente merecidos a ela?
Digo apenas, que, sem ela jamais poderíamos estar aqui, nos conscientizando de seu valor, que é tão digno quanto de nossa mãe de todo dia. “

17 de março de 2011

ÁGUA, VOCÊ RECONHECE SEU VALOR ?

22 de março, Dia Mundial da Água.


Adriana Teixeira Simoni

A água,  um líquido  perfeito e que pode  se apresentar de várias formas. Ela pode se condensar em vapor e se deslocar rapidamente para locais distintos e distribuir-se em forma de chuva, bastante lembrada em épocas de seca e em verões onde o que mais se fala são os alagamentos e catástrofes  provocados por seu excesso.
A Água pode ser encontrada em estado sólido, que pode ser   de  grandes proporções  em  geleiras que devido ao aquecimento global vem derretendo e causando também problemas climáticos  ou de  pequenos  cubos quando colocamos num copo de suco  ou quando devasta uma plantação em forma de granizo que podem ser pequenos cubos ou grandes e  danosos até mesmo à construção civil.
Finalmente  chego ao  seu estado líquido, ao qual temos contato diário e uso para diversas ações no decorrer de um dia.  
Se pararmos para refletir sobre a importância d’ água,   veremos que ela está envolvida em 80% da nossa rotina diária. Ao acordarmos, para preparar o café, o suco, o almoço, lavar a louça, a roupa, para embelezar seu jardim enchendo uma piscina ou regando as plantas, durante o dia em necessidades fisiológicas, na limpeza da casa , no trabalho, na indústria , para matar a sede , ao final do dia novamente seu banho.
Enfim percebe-se que viver sem esse conforto  ao  abrir uma  torneira , encontrá-la   ali límpida, fresca e pronta para uso bastando um toque , não tem preço.   Seria  então por essa facilidade que desperdiçamos tanta água ?
Houve época  em que a água tinha de ser retirada a balde de um poço para ser usada, bombeada de um artesiano  e ainda há pessoas por esse Brasil  que buscam água (ruim) a kilometros de distância, ou mesmo retiram a balde de  cisternas  que guardam  água da chuva(rara),  todos para usos semelhante no dia a dia e que dão muito mais valor a água do que quem a tem tratada na torneira.
Essa   facilidade de acesso a água,   ao abrir uma torneira ,  não pode  nos levar ao desperdício,    caberia   pensarmos em SUSTENTABILIDADE,  pois algum descendente nosso poderá não desfrutar  igualmente deste conforto e talvez sofrer por seu racionamento ou mesmo falta.
A água cobre 71% da superfície da Terra , 97% dessa água compõe os oceanos, 2,4%  se concentram em geleiras e calotas polares, e apenas 0,6% é de  água doce .
O consumo  médio diário  por pessoa no Brasil,  conforme  pesquisa do  geólogo Pedro Jacobi é de 160 Litros,  decorrentes das atividades  diárias que citei acima.   Somos 190 mil habitantes no Brasil ,  desse total  apenas 10% não tem acesso a água potável e apenas 32% do esgoto produzido no país recebe tratamento ,  é possível perceber que a quantidade de água desperdiçada é grande e compromete  os recursos hídricos do país.
O momento e os acontecimentos requerem atitudes sustentáveis de todos,  incluído a sociedade consumidora, preconizando seu  uso consciente haja vista a  possibilidade de sua escassez em pouco tempo , as industrias promovendo uso responsável , tratamento e seu  reuso, e o governo implementando formas e regras  mais direcionadas a projetos  para construções mais sustentáveis que promovam o reuso da água bem como aproveitamento das “águas de março” que a cada verão contribuem com  muitos  estragos e desastres.
Água encanada, esgoto tratado,  recolhimento de lixo são direitos básicos da pessoa humana, diretamente relacionados à saúde e à dignidade, porém, é necessário que a PESSOA HUMANA também colabore  com o planeta com atitudes responsáveis e  sustentáveis para que as próximas gerações possam usufruir igualmente.

 
Videos:

 Água : o mundo com ela, o mundo sem ela 
http://www.youtube.com/watch?v=OhDSOPxJMVU

O    IMPACTO DO CONSUMO D'AGUA
http://www.wwf.org.br/informacoes/?uNewsID=27763&utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter


Publicado No Jornal O POPULAR de Mogi Mirim-SP em 16/03.

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