Adriana Teixeira Simoni
A natureza já foi vista como “divina” “ameaçadora” , “sobrenatural” e antropocêntrica, logo passa a ser dominada pelo Homem no uso da sua racionalidade que o diferencia dos demais animais.
Deste momento em frente iniciou-se a deterioração da NATUREZA. A busca implementada pelo homem em suprir as necessidades humanas imediatas acaba se transformando em abuso com a revolução industrial, pois nesta ocasião acreditavam serem infinitos os recursos naturais o que ora percebemos serem fatidicamente findáveis.
O ser humano ora pensa a Natureza como algo bom e saudável, mas na perspectiva de algum lucro já não se importa muito com aquele belo capão de mato, com uma pura e cristalina nascente ou já não faz mais conta daquela sombra garantida no dia todo por aquelas árvores gigantes que socorriam animais do calor do dia e das surpresas da noite, ora o homem quer contemplar essa mesma natureza, mas incluído-a numa infra-instrutura imobiliária fazendo desta, a vista privilegiada que garantirá o ganho financeiro que tanto almeja.
Por outras vezes a natureza é contemplada pelo homem como algo que apazigua o coração e o faz viajar por algumas lembranças , seja brincando com a natureza desfrutando de suas belezas e possibilidades ou apenas lembrando momentos que viveu e teve oportunidade de guardar em sua memória, pois hoje essa imagem pode não mais ser vista ,pois já não mais existe . O próprio homem a modificou, o progresso a roubou .
Eu sou agradecida por ter vivido, ter “bebido” desta natureza poética, tive oportunidade de comer frutas silvestres como a pitanga, o cambuim, o figo, pescar em riachos, tomar banho em açudes , me assustar com repteis diversos, tocar um animal sem medo, correr pelos campos dos Quero-queros furiosos que defendiam seus ninhos . Isso tudo e mais um pouco foi um grande privilégio, muitas crianças que hoje são adolescentes não tiveram e talvez não venham a ter tal regalia.
Todas estas lembranças vieram a minha mente e acaloraram meu coração quando o editor do Jornal O POPULAR - Mogi Mirim -SP pediu que falasse sobre minha ligação com ambiente e a natureza e agradeço igualmente de coração tanto o convite para assinar a coluna AMBIENTE , bem como por ter me sugestionado fazer essa viagem por minhas lembranças.
Finalizo com verso de um poeta conterrâneo :
“Qualquer ideia que te agrade,
Por isso mesmo... é tua.
O autor nada mais fez que vestir a verdade
Que dentro em ti se achava inteiramente nua...” Mário Quintana
Por isso mesmo... é tua.
O autor nada mais fez que vestir a verdade
Que dentro em ti se achava inteiramente nua...” Mário Quintana
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