Adriana Teixeira Simoni
De uns tempos pra cá, transpor pode-se dizer sinonimamente que estamos dando piruetas sobre as possibilidades ambientalmente corretas e necessárias para com as condutas e os documentos que regem os comportamentos mais eco-eficientes destinados ao planeta como um todo.
Considerando aí as condutas públicas de não conter e não valorizar o tamanho dos impactos que proporcionam o comprometimento ambiental, como as causas do aquecimento global, os avanços dos desmatamentos, a poluição sem controle, o demasiado uso de combustíveis fosseis, o assoreamento de rios e nascentes, a depredação dos recursos naturais causados por obras sem necessidade e também na deposição final dos diversos resíduos produzidos pela produção e consumo , o lixo, comprometendo o equilíbrio ambiental mínimo em muitas partes do Brasil.
Direcionando aos fatos, a obra da Usina de Belo Monte foi amplamente denunciada por todos os estragos que virá a empreender tanto ambientalmente como socialmente, comprometendo a sobrevivência dos povos ribeirinhos desestabilizando todo ecossistema local, onde a produção de energia que prometem é irrisória frente aos problemas ambientais que causará sem ter como voltar atrás, e não é só Belo Monte, temos outras usinas mais.
Temos também a alteração do código florestal que compromete o futuro das florestas e da biodiversidade brasileira onde pesa extenuantemente os problemas socioeconômicos, ambientais e políticos dessa aprovação causando um profundo comprometimento nas APPs (áreas de preservação permanente) que jamais poderá ser regenerado, pois o texto aprovado não estimula isso nem agora nem para o futuro, comprometendo assim, definitivamente ao dar anistia a desmatadores criminosos, o progresso do fim das florestas.
Nessa sequência de transposições de ideias, onde o Poder público coloca como sendo uma prioridade energética, e uma prioridade ambiental esses dois fatos acima, a transposição se dá no momento em que a real utilidade dessas obras não pode ser a que está sendo alardeada pelo poder público, pois cientistas, ambientalistas e engenheiros provam que os resultados são negativos e que as respostas esperadas trarão impactos ambientais, sociais e econômicos sérios, com um custo benefício vazio. Portanto a ideia central não existe mais, seu caminho foi alterado, houve uma transposição da ideia.
Outro fato bárbaro que o ilustre Ex-presidente Lula deixou de espólio, foi a transposição do Rio São Francisco, uma obra também repleta de manifestações contrárias e hoje se confirma a inutilidade da obra frente aos gastos e a inviabilidade demonstrada até agora com os frequentes problemas encontrados, e ainda faltam mais de 50 % para concluir , dinheiro jogado fora que poderia levar água encanada aos povos sem acesso. As decisões políticas ultimamente têm sido a revelia dos interesses da sociedade.
Do global para o local, Mogi Mirim dá um destino para o lixo rodeado de suspeitas e de despesas excessivas que não estão garantindo uma preocupação socioambiental condizente. Promessas referentes a uma futura usina de Lixo requer atenção para não permitir aí a transposição da ideia central e preocupante no destino final do nosso lixo.
É importante a sociedade cobrar uma destinação final para o lixo mais adequada, ambiental e economicamente mais sustentável, que permita a inclusão dos catadores nesse ciclo efetivamente incorporados, pois são muitas famílias que sobrevivem desse trabalho e que sem esse emprego estarão propensas a miséria e a infortúnios que poderão se virar contra nós, a própria sociedade.
Um comentário:
Parabéns pela postagem Adriana! Concordo plenamente, infelizmente há um desvio do verdadeiro foco destas obras, tentam nos convencer que existem prioridades que na verdade só as são para os políticos que esperam desviar verbas dessas grandes obras. E o pior, existem pessoas que confiam e acreditam nestes absurdos, a despeito de todos os especialistas que afirmam "com propriedade", o contrário!
Abraços!
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