Adriana Teixeira Simoni
O atual texto do
Código Florestal aprovado em 25 de Abril, após três anos de discussões
nada mudou, pois o que tiraram de um lado de proteção ao nosso planeta, logo outro texto, outro parágrafo
e descaradamente mudou na direção dos
defensores do agronegócio. Os ruralistas
se mantiveram firmes em defender os desmatamentos já feitos bem
como os futuros. Um texto que permite interpretações diversas e terrivelmente
preocupantes quando a saúde e a sustentabilidade do planeta.
Nesses anos de discussões
para decidir a sustentabilidade, decidir o prolongamento e a preservação de
nossa existência enquanto seres que necessitam antes de qualquer “tablet” ou
celular, de espaço saudável para habitar, de ar puro para respirar, de água
para beber... Porém grita um ruralista: -
Você precisa comer também, logo a agricultura precisa se expandir. Ora me poupem de tamanha expressão
clara de falsa preocupação com a fome da humanidade.
Esse novo Código Florestal
além de avançar nas Apps, também obscuramente inverte papeis com anistias
absurdas que transforma desmatadores como compassivos da fome no mundo, como se
esses distintos fossem salvar a humanidade, quando na verdade estão defendendo
sua própria classe ao custo do desequilíbrio ambiental, ao custo de um futuro
tenebroso com escassez de água, destruição de rios e com o crescente e
temido aumento da temperatura planetária.
É evidente a insistente
defesa do agronegócio nesse processo de renovação do novo Código Florestal,
fato que expõe da forma mais bárbara a condição de preservar ganhos com a
invasão das Apps e também na ganância de não repor os danos ocorridos com as florestas, ajuizando na defesa que o uso da
terra há muito vem desequilibrado e mal administrado aproveitando-se disso como aval para a manter anistia aos desmatares, transformando-os
em coitados e vítimas da má gerência do
uso da terra que ocorreram no passado como se isso fosse o sinal verde
para seguir desmatando.
Preocupante quando se
percebe que houve 274 votos a favor, 174 contra, demonstrando que estamos nas mãos de perdulários do planeta,
dilapidadores de nosso florestal, pois se passaram anos de discussões e pouco
se fez na defesa da vida, o que se percebeu com essa votação foi apenas a
defesa de uma classe numa demonstração de poder e apadrinhamentos.
Ambientalistas, cientistas
e o governo haviam se manifestado a favor da aprovação das mudanças feitas
pelo Senado mantendo o equilíbrio ambiental e produtivo, porém novamente
foram todos ignorados e partes importantes do texto foram suprimidas. Percebeu-se
que o plenário estava decidido a afundar nossas florestas na ambição pessoal de
uma classe implicada com o agronegócio. Tal fato pode complicar a posição do
anfitrião na Rio + 20 , pois caso seja aprovado desta forma
o código Florestal demonstrará que o Brasil não está muito empenhado com
o desenvolvimento sustentável.
Não basta sermos donos da
maior floresta do mundo, precisamos unir forças para garantir continuarmos
sendo os donos da maior floresta conservando-a como o maior patrimônio do
mundo. Para tanto aguardemos que a Presidenta Dilma vete por completo esse
código florestal lhe garantindo também um desgaste menor nas exposições da Conferência
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) que acontece no Rio de Janeiro em Junho.
Nenhum comentário:
Postar um comentário