Adriana Teixeira
Simoni
A correria das horas e dos dias
movidos pelo tempo que nunca é o suficiente para todas as atividades que
estamos dispostos a enfrentar num dia,
que apesar de possuir 24 horas é
curto e cruel. O tempo como dizia Santo Agostinho nada mais é do que uma
criatura assim como o mundo e todas as outras coisas. Sendo assim é inútil
brigar com o tempo ele sempre vence apesar de ser cíclico, percorre seu
percurso tranqüilamente o que acaba por
deixar alguns escravizados pela sua tranqüilidade.
A rotina que nos atribuímos
é sempre maior do que as necessidades que ela emprega, e neste caso o “Tempo”
se torna algoz de muitos problemas de saúde e até ambientais. Leva-nos a
exaltação e ao desânimo num piscar de olhos e é nesse exato momento que pode
nos levar ao crime ou a dissolvência.
Filosofar a respeito do
“tempo” não salva o planeta, mas pode nos despertar para a necessidade de olhar
ao redor e perceber que nossas atitudes muitas vezes envolvidas pela ação do
tempo que achamos curto ou demasiadamente moroso nos faz cometer barbaridades
que não permitem voltar no tempo.
A velocidade com que
pensamentos circulam em nossa mente tanto pode comprometer nossa consciência
física de estar presente na ação que desenvolvemos, bem como na consciência dos
fatos que envolvem a ação praticada. Sem nenhuma metáfora, na realidade estamos
executando algo e ao mesmo tempo com o pensamento vago e distante decidindo o
que faremos a seguir, nem bem vivemos a ação do momento e nem tão pouco efetivamente
analisamos como será a nossa atitude
futura.
Num desses percursos do
tempo, um carro passa por mim correndo demais, me ultrapassa com certa ira,
balbucia algo (nem procuro entender ). Observo toda aquela explosão de insolência
seguir a minha frente. Porém o tempo faz com que mais ali à frente nos
encontremos e esse distinto motorista escravizado pelo tempo, buzina
enlouquecidamente para um Catador de reciclagens. Esse trabalhador que segue
pelo acostamento extremamente carregado, empurrando peso muito maior que as
possibilidades que seu corpo suporta cujo tempo também lhe impõe impedimentos,
se mais rápido pudesse ir com sua carrocinha com certeza mais recicláveis
cataria e mais o dia lhe renderia recursos para sobreviver.
Qual seria a reação desse
distinto motorista escravizado pelo tempo se ao chegar ao portão de sua casa e encontrasse muitos recicláveis espalhados bem
a frente de seu portão impedindo sua entrada rápida na garagem na qual o portão
abre-se eletronicamente? Buzinaria exaustivamente?
Embora o tempo nem sempre conspire
a nosso favor ele sempre vai nos orientar, e se permitirmos vai nos auxiliar ao
dividi-lo entre família, trabalho, e lazer. Entretanto jamais podemos culpá-lo
pelos desastres que nos envolvemos na tentativa de superar a falta de tempo. Nas
imprudências no trânsito ou nas atitudes incivilizadas com terceiros, o que demonstra
a falta de consciência do próprio tempo em que vivemos e que nos faz perder ainda mais tempo.
Falando em TEMPO a
Coluna Ambiente , publicação semanal na qual assinava até dia 04/08/2012 todos os sábados no jornal O POPULAR da cidade de Mogi Mirim-SP completou um ano com 52 encontros de leitura e reflexão.
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