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25 de fevereiro de 2012

DINHEIRO FAZ CRESCER COMO ADUBO


Adriana Teixeira Simoni

Nada mais animador que falar de dinheiro e crescimento. Imagina um montante de onze toneladas de cédulas de Reais. Dá pra ficar rindo a toa e até pensar em acender cigarro com nota de cem reais, isso pra quem fuma, não é meu caso, quem sabe acender uma lareira no inverno. Enfim, dinheiro desenvolve a imaginação rapidamente e sonhar com o que pode ser comprado com todo este dinheiro, chega a ser melhor que ser político brasileiro, não tem nem o desgaste da campanha.

Porém o  único inconveniente para esse sonho  todo é que  essas onze  toneladas são de cédulas picadas em pedacinhos menores do que 8 milímetros que serão misturadas  a um composto orgânico na porcentagem de 10 %  do total entre restos de frutas,legumes, folhas e palha para se transformar em adubo. Realmente já foram dinheiro de verdade já passearam na mão de muita gente e também fizeram falta na mão de outras tantas até ficarem  irreparáveis e impróprios para permanecerem em circulação.

Mensalmente o montante de notas de reais que saem de circulação em todos os nove pólos do Banco central do Brasil chega a 115 toneladas a um gasto anual para produção desse papel moeda de R$ 30 milhões. É muito dinheiro para fazer dinheiro. Por isso o Banco central está sempre investindo em novos materiais tanto para proteger nossos Reais de serem falsificadas bem como para tentar fazer com que os mesmos permaneçam mais tempo em circulação nas mãos dos brasileiros, o que dessa forma diminui gastos com sua própria produção, só falta dar um fim nas explosões de caixas eletrônicos.

Não é de hoje que os pais sempre orientam as crianças para quando peguem no dinheiro não ponham a mão na boca e outras antigas atenções familiares. O fato que as notas possuem grande quantidade de metais pesados em sua composição que podem acarretar em problemas ambientais sérios no seu descarte.Mas quando misturadas a proporção de 10% não acarretam problemas.

Antes desse projeto as notas eram despejadas depois de trituradas em aterros sanitários, porém com um convênio firmado em 2010 entre o Sindicato dos Funcionários do Banco Central, o Banco Central, a Secretaria de Estado de Governo e a Universidade Rural da Amazônia foi iniciado um projeto de produção de adubo orgânico numa ação socioambiental destinando o adubo para agricultura familiar proporcionando menor impacto ambiental e uma implementação de recursos as famílias participantes.

No entanto, o adubo, ainda está sendo usado apenas para testes e para nutrir hortas plantadas na própria sede  do Ceasa de Belém, aguardando a certificação  pelo Ministério da Agricultura, para depois incluir as famílias no projeto.

A iniciativa partiu dos funcionários do Banco Central de Belém-PA, porém a idéia é expandir para todo Brasil aproveitando o potencial da celulose descartada nas nove regiões onde o Banco central atua. Todavia a ideia já desencadeou interesse internacional onde Banco Central da Angola manifestou interesse em implantar projeto semelhante. Existe algo similar em outros países, mas não com a iniciativa social envolvida, apenas relacionada com a questão ambiental.

Dinheiro é sempre bem vindo até mesmo em forma de adubo, afinal se ele fizer crescer a plantação na mesma velocidade com que a inflação cresce, já dá pra ficar feliz.

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