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8 de outubro de 2011

A BOLSA VERDE


Adriana Teixeira Simoni


Ontem ganhei uma bolsa verde numa agência de viagem. É muito bonita e prática e tem  muito a ver com a bolsa verde instituída pela Presidente Dilma Rousseff. Essa bolsa eu ganhei como brinde da agencia de viagem a título de me identificarem rapidamente no aeroporto e as demais utilidades comuns e reais de uma bolsa,a  de transportar objetos diversos.

 A tal bolsa verde tem tudo a ver com o Brasil também. Ela é verde e amarela tem alças enormes, tem  uma série de bolsões, alguns são corruptos e inúteis, outros figuram como bolsos, porém para nada servem, mas eu ganhei, e depois cavalo dado não se olha os dentes.

Com o andar dessa viagem chamada “Brasil sem Miséria”, dá para colecionar bolsas, e o pior que cada uma tem um fundamento quando não absurdo, inútil. É só um adesivo decorativo que nem cola direito, onde complexo é explicar  que quem  usa nem percebe. É Brasil...  Dai a César o que de César e a Deus o que de Deus.

Mas enfim, quem sou eu para discutir o que dão ou deixam de dar . Só sei que conversas que escuto aqui e acolá só me levam a crer no retorno daquela taxa, imposto ou quem sabe bolsa saúde que também dizem ser a solução da saúde, sem nunca ter sido com todos os nomes que já teve , IPMF, CPMF,etc. Porém essa tem outro modelo, todo mundo que tem conta no banco  leva uma retirada pra suprir o uso da saúde. Só posso dizer o seguinte, cada um com sua viagem, mas é preciso manter o olho vivo! Logo vão inventar a bolsa sustentável, você paga e os políticos usam para não impactar o ambiente.

Isso aqui está virando uma rodoviária e até mesmo um aeroporto haja vista a velocidade do tal entra e sai nos Ministérios, todo mundo envolvido em alguma descarga. Quanto mais eu conheço lugares pelo mundo mais eu compreendo o apego pelas bolsas. O Brasil deveria mudar de nome, chamar  “O Bolsa”

Existem tantos programas chamados assim como bolsa família, bolsa escola, bolsa alimentação e agora bolsa verde. Todos visam inclusão social e garantia de acesso aos serviços, até onde entendo os serviços são garantido constitucionalmente a todos, pois é direito fundamental,  logo,  desnecessário uma bolsa para garanti-los. Sabe tem vezes que tenho vergonha da bolsa que eu carrego...  Parece  que é para garantir votos.

Todavia a bolsa verde não tem nada a ver com isso, o fato é que se ouve dizer a todo instante que o investimento necessário em programas verdes e sustentáveis como saneamento básico incluindo  aí destino do lixo  é muito alto.  Ora se é assim, como é que uma migalha trimestral pode trazer algum benefício emancipatório a uma família em algum fundão desse  Brasil?

A verdade é que esta família se encontra já amarela pelo desespero da miséria dos acessos. Você realmente acredita que ela tenha condições de apoiar a conservação ambiental sendo dependente de bolsas? Ela até pode ser conscientizada e acredito, pois sobrevive do que extrai da natureza e depois a sua própria  miséria colabora pois não possui acesso a água potável, promovendo assim forçadamente na economia de água.

Eu como crítica ao extremo, penso que se ao invés de dar uma bolsa verde, amarela, azul, pouco importa! Seria preferível, garantir emprego e disponibilizar capacitação para que essas famílias busquem por sua autonomia e crescimento sem serem influenciadas pelo ganhar o peixe pronto. Ainda que essa bolsa verde tenha lá um alcance distinto, sempre ouvi dizer que a EDUCAÇÃO trás crescimento e a esmola paralisa. 

5 de junho de 2011

ABAIXO A “MISÉRIA”


Adriana Teixeira Simoni
Entra governo e sai governo e a palavra miséria continua na prateleira dos projetos governamentais, e volta novamente à pauta no comando da Presidente Dilma para abafar últimos acontecimentos com membros da equipe, no formato: Programa Brasil sem Miséria .
Que tal mudar o foco colocando a miséria no seu devido lugar?
Chega de políticas de enfrentamento da pobreza e da criminalidade com programas sociais, chega de tratar o “resultado” dessas ações pífias no combate a pobreza e ao crime, chega de demagogia!
Percebe-se a necessidade de soluções mais profundas e alicerçadas em projetos globalizados que não se fixem em um ponto apenas, mas que apresentem uma abrangência maior, proporcionando uma real autonomia a essas famílias em vulnerabilidade.
De que adianta dar a uma família um “dinheirinho” se as trocas para “ganhar” esse benefício não a tiram da  miséria, apenas engordam a cesta de alimentos momentaneamente  e olhe lá...
A exemplo de tal miséria se encontra a Escola pública, que está um verdadeiro caos  é duro concluir que a maioria das escolas públicas atuais estão na verdade “formando” meliantes diversos, pois não há disciplina imposta nem exigida, não há cooperação  entre escola e família, nem tão pouco investimentos ou interesse dos governantes a este respeito.  (Desculpe, mas quanto mais ignorante mais voto, seria isso?)
O que existe são alunos que freqüentam a escola (mas não estão presentes), pois isso é uma das “exigências” para receber o dinherinho, porém não há aprendizado, não há formação de cidadãos,  prejudicando inclusive os alunos interessados em aprender.
A escola é a base, é o portal para a mudança dessa sociedade perdida entre bugigangas para consumirem que  são incapazes   de  entender  o manual ,  sociedade esta,  que está viva porém  nem sabe ou entende como e por que, pois um Ser sem leitura , sem educação é incapaz de se compreender dentro de uma nação, de saber cobrar  enquanto cidadão   seus direitos,  sem deixar de cumprir com seus deveres para que essa  nação lhe  proporcione uma vida digna.
Falta implantar projetos mais amplos com incentivos ao emprego, a permanência das famílias em suas regiões, evitando a super lotação dos grandes centros, e principalmente  um programa de choque de ordem dentro das escolas, deixar voltar o respeito e a educação, devolver a escola a autoridade de educadora que teve um dia. Desta forma diminuem-se também os problemas de outras ordens.
“Curar” a miséria apenas não é a solução apesar de haver algumas engrenagens sociais envolvidas, elas estão claudicando e por muitas vezes não chegam a lugar nenhum.  Pois esse aluno que não aprende, cresce e cansa dessa historinha e vai a luta pela sobrevivência num sub-emprego ou ainda é absolvido pela vida fácil do crime que não exige escolaridade e formará uma nova família, que infelizmente seguirá pelo mesmo paradigma caso nenhuma mudança ocorrer nessa política.
Sendo essa a fórmula atual e crescente de famílias, é chegada a hora de deixar de investir em projetos faraônicos (como copa do mundo , trem bala e outros)  e voltar o olhar para a realidade de nossa  sociedade empobrecida de oportunidades que esses governantes insistem em ignorar.
Chega de tratar a miséria como campanha eleitoreira e vamos tratá-la como uma doença curável, basta que para isso apliquemos os remédios certos  no local certo, pois estamos vendo que a distribuição de verbas para  esses projetos  eloqüentes que apenas dão visibilidade mundial, são muito mais agraciados  por valores volumosos e que se bem analisados, veremos,   esses mesmos projetos colaboram ainda mais para segregar  essas famílias  vulneráveis na miséria.
Esses projetos favorecem muito pouco ou nada a essa parcela da sociedade  sofrida e abusada pelos políticos , pois nem para garantir-lhes um emprego são oportunas, simplesmente porque elas vivem na miséria da educação,  que acaba  lhes impedindo  de ter uma vaga de emprego  mesmo que na construção dessas obras grandiosas... Neste formato  a “miséria” sempre vencerá, infelizmente.

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