Adriana Teixeira Simoni
Entra governo e sai governo e a palavra miséria continua na prateleira dos projetos governamentais, e volta novamente à pauta no comando da Presidente Dilma para abafar últimos acontecimentos com membros da equipe, no formato: Programa Brasil sem Miséria .
Que tal mudar o foco colocando a miséria no seu devido lugar?
Chega de políticas de enfrentamento da pobreza e da criminalidade com programas sociais, chega de tratar o “resultado” dessas ações pífias no combate a pobreza e ao crime, chega de demagogia!
Percebe-se a necessidade de soluções mais profundas e alicerçadas em projetos globalizados que não se fixem em um ponto apenas, mas que apresentem uma abrangência maior, proporcionando uma real autonomia a essas famílias em vulnerabilidade.
De que adianta dar a uma família um “dinheirinho” se as trocas para “ganhar” esse benefício não a tiram da miséria, apenas engordam a cesta de alimentos momentaneamente e olhe lá...
A exemplo de tal miséria se encontra a Escola pública, que está um verdadeiro caos é duro concluir que a maioria das escolas públicas atuais estão na verdade “formando” meliantes diversos, pois não há disciplina imposta nem exigida, não há cooperação entre escola e família, nem tão pouco investimentos ou interesse dos governantes a este respeito. (Desculpe, mas quanto mais ignorante mais voto, seria isso?)
O que existe são alunos que freqüentam a escola (mas não estão presentes), pois isso é uma das “exigências” para receber o dinherinho, porém não há aprendizado, não há formação de cidadãos, prejudicando inclusive os alunos interessados em aprender.
A escola é a base, é o portal para a mudança dessa sociedade perdida entre bugigangas para consumirem que são incapazes de entender o manual , sociedade esta, que está viva porém nem sabe ou entende como e por que, pois um Ser sem leitura , sem educação é incapaz de se compreender dentro de uma nação, de saber cobrar enquanto cidadão seus direitos, sem deixar de cumprir com seus deveres para que essa nação lhe proporcione uma vida digna.
Falta implantar projetos mais amplos com incentivos ao emprego, a permanência das famílias em suas regiões, evitando a super lotação dos grandes centros, e principalmente um programa de choque de ordem dentro das escolas, deixar voltar o respeito e a educação, devolver a escola a autoridade de educadora que teve um dia. Desta forma diminuem-se também os problemas de outras ordens.
“Curar” a miséria apenas não é a solução apesar de haver algumas engrenagens sociais envolvidas, elas estão claudicando e por muitas vezes não chegam a lugar nenhum. Pois esse aluno que não aprende, cresce e cansa dessa historinha e vai a luta pela sobrevivência num sub-emprego ou ainda é absolvido pela vida fácil do crime que não exige escolaridade e formará uma nova família, que infelizmente seguirá pelo mesmo paradigma caso nenhuma mudança ocorrer nessa política.
Sendo essa a fórmula atual e crescente de famílias, é chegada a hora de deixar de investir em projetos faraônicos (como copa do mundo , trem bala e outros) e voltar o olhar para a realidade de nossa sociedade empobrecida de oportunidades que esses governantes insistem em ignorar.
Chega de tratar a miséria como campanha eleitoreira e vamos tratá-la como uma doença curável, basta que para isso apliquemos os remédios certos no local certo, pois estamos vendo que a distribuição de verbas para esses projetos eloqüentes que apenas dão visibilidade mundial, são muito mais agraciados por valores volumosos e que se bem analisados, veremos, esses mesmos projetos colaboram ainda mais para segregar essas famílias vulneráveis na miséria.
Esses projetos favorecem muito pouco ou nada a essa parcela da sociedade sofrida e abusada pelos políticos , pois nem para garantir-lhes um emprego são oportunas, simplesmente porque elas vivem na miséria da educação, que acaba lhes impedindo de ter uma vaga de emprego mesmo que na construção dessas obras grandiosas... Neste formato a “miséria” sempre vencerá, infelizmente.
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