Adriana
Teixeira Simoni
Shakespeare colocou indagação
semelhante na peça em que o príncipe
Hamlet questionava em sua loucura lúcida “ser ou não ser”. Hamlet também pretendia saber qual caminho tomar. Agora desafio
saber o que seria melhor para a humanidade ser ou ter?
Se o ser é tudo aquilo que eu vivo,
é tudo em que coloco minha mão e deixo meu perfume, são minhas experiências,
vivências, meus saberes. Ser é algo que ninguém pode me tirar, é algo que
carregarei pra sempre como meu até morrer, mesmo que mude de opinião ainda
assim serei eu. Enfim, todas essas prerrogativas me fazem
concluir que ser é muito melhor que ter...ou não?
Todavia não é fácil nem possível ser tão conclusivo assim,
pois ser também traz seus lados negativos, ser egoísta , ser maléfico , ser
preconceituoso e inoperante das boas atitudes para com pessoas, animais e o
ambiente e também no segregar o conhecimento por insegurança. Logo ser não seria tudo de bom. Que dúvida cruel, ser ou ter eis a questão...
Se ao “ser” posso ser magnânimo e destruidor,
altruísta e mesquinho, pessimista e
otimista. Contudo se nos antagonismos do
ser , posso ser algo negativo ou positivo para mim ou para com os outros , desta forma ser não me faz facilmente melhor assim como não me impede de me tornar cruel.
Quando nos detemos na vida em apenas “ter”, ter um, dois carros, uma casa de campo,
duas na cidade e uma outra na praia, falamos que investimos.
Mas quando falamos em ter uma TV de plasma
na sala e mais uma em cada dormitório, além dos três celulares mais o
smartfone e o Nextel que ganhamos do Cachoeira , enfim
ter no sentido de possuir muitas coisas e possuir muito das mesmas coisas isso pode nos tornar perdulários e nos comprometer frente a busca incansável
de um viver sustentável.
Atribuir nossa felicidade as coisas
que podemos comprar não é algo indicado, pois se por qualquer razão nossa
condição financeira nos impossibilita de
satisfazer o prazer de consumir , tal condição pode levar a
depressões ou endividamentos e também a
frustrações. Portanto TER não deve ser considerado uma razão de viver, mas
continuar sendo apenas a realização da
necessidade premente.
Uma vida simples e sustentável não
quer dizer que voltaremos a viver como na idade da pedra, pedalando o carro ou
tomando banho de canequinha, mas todos podem colaborar ao economizar energia e água. Tentar não usar copos descartáveis e
comprar água em garrafinhas. Eleja uma caneca pessoal, o que já ajuda diminuindo o excesso de lixo de
produtos descartáveis. Condicionar e
separar o lixo para recicladores, andar mais a pé, de bicicleta ,
promover carona solidária entre vizinhos, colegas de escola, etc. Há uma infinidade de atitudes
que podemos adotar sem voltar a idade da pedra.
Entre “Ser” ou “Ter”, a certeza é
que você conquistará mais no momento em que você puder ser mais consciente da
importância que você tem para o planeta. Logo a razão de ser é mais benéfica do
que apenas o “ter” de acumular coisas e desequilibrar os recursos naturais, dando margem ao ensejo da produção e do consumo. Eis então
que você deve ser o mais consciente possível de suas ações, pratique SER
sustentável em sua vida para o bem do planeta! Bem lembrado na Rio+20 por Marina Silva:
“O desenvolvimento
sustentável não é uma maneira de fazer, é uma maneira de ser!”
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