Adriana Teixeira
Simoni
A industrialização da
produção agrícola levou ao uso dos agrotóxicos nos processos produtivos para garantir
que hoje os sete bilhões de habitantes tenham acesso a alimentação. O que
infelizmente também foi pontuado pelo fim da agricultura familiar e a saída
destas famílias para área urbana das cidades. Alterando negativa e
definitivamente como vimos hoje o relacionamento do ser humano com a natureza. Deixando de lado a ligação sustentável que
mantinha com o ambiente, onde extraía apenas o necessário para seu consumo não
modificando nem destruindo o ecossistema de sua sobrevivência.
Todavia, o processo de uso
de agrotóxicos e fertilizantes químicos permitiu que a agricultura fornecesse
mais alimentos para suprir a demanda humana, animal e industrial. Entretanto além de promoverem o aumento
significativo da produção de alimentos, o que fora relativamente necessário e
importante também se tornou outro problema.
O seu crescente uso na
produção agrícola projeta o descarte de milhares de embalagens residuais com
alto teor de contaminação de solo e mananciais além de prejuízos a saúde humana.
Seu uso contínuo e indiscriminado sem o devido acompanhamento técnico contribui
para desenvolvimento de pragas resistentes e aumentos dos problemas com. Isso
tudo caminhou para originar maiores pesquisas para minimizar tais impactos ao
meio ambiente.
O Instituto Nacional de Processamento
de Embalagens Vazias (INPEV), foi um órgão que colaborou muito para colocar
hoje o Brasil como referência mundial na destinação final correta das
embalagens fitossanitárias usadas, frente a Países como Alemanha, França, Japão
e Estados Unidos. No Brasil, das
embalagens recolhidas, 92% são recicladas onde se transformam em tubos de
esgoto. Vimos que iniciativas adequadas podem contribuir para a produção sem
desequilibrar o ecossistema.
Foi
um trabalho de conscientização e união, que prosperou com iniciativas de toda
a rede produtiva nacional , incluindo os
agricultores, a distribuição, a indústria e o poder público, esse último com a
premissa de garantir enquadramento dentro da
Política Nacional de Resíduos Sólidos , de responsabilidade
compartilhada e da logística reversa.
Isso
trás ao cerne que quando há real interesse para solucionar problemas, existe
mobilização para que impactos ao meio ambiente sejam mitigados, promovendo
iniciativas não só paliativas e pontuais, mas com decisivo interesse de cortar o
problema pela raiz.
A
união de toda a rede produtora foi o verdadeiro motor que levou o Brasil a esta
consagração de pioneirismo frente a países ricos e que enfatizam organização e
estruturação na sua produção agrícola. Porém Brasil é pioneiro em outros
rankings negativamente, pois se encontra também entre os Países que mais
consomem agrotóxicos, sendo
5,2 litros a cada ano por habitante.
As discussões devem sempre aconchegar todos
interessados, porém devem ser conduzidas por técnicos e cientistas capacitados a
evidenciar o que será benéfico ao ambiente e definindo o melhor caminho para
preservar o planeta da destruição sem comprometer a subsistência e saúde humana.
O homem tem por costume ambicionar o lucro
acima de tudo esquecendo-se que essa Terra é nossa única morada ao menos até
que provem o contrário. E demonstra também pouca preocupação com a saúde
mundial oferecendo alimentos com potencial venenoso no uso exagerado de agrotóxicos
tudo pela ambição do lucro fácil sem medir conseqüências atuais e futuras. E
nisso ficamos nós consumidores, cercados tanto pelo alto custo dos produtos orgânicos (mais saudáveis) ou dos envenenados por
agrotóxicos...
Documentário "O veneno está na mesa"
por Silvio Tendler.
Pobre tem que comer veneno,
orgânico é para rico!