Adriana Teixeira Simoni
Desfrutando um tempinho longe da tela do computador aproveito para ler alguns artigos em revistas antigas, que peguei dias atrás de uma lixeira nas proximidades onde moro. É bom lembrar que caso eu não as tivesse pegado, muito provavelmente estariam mais tarde voando pela rua, comprometendo de vez a sua reciclagem e seu retorno ao ciclo produtivo. Além é claro, da péssima aparência que deixaria na vizinhança. Sabe por que isso ocorre? Descomprometimento do meu vizinho com a sociedade, com o próximo e com o seu próprio LIXO.
Esse cidadão não se preocupa em saber que dias a cooperativa de lixo passa para pegar, não percebe que apesar de ter catadores autônomos que percorrem o bairro ainda assim o monte de revistas permanece lá por mais de um dia. Isso porque hoje pode não estar atrativo o preço do papel, portanto o catador não pega, pois apenas fará peso em sua carrocinha e não lhe renderá nenhum dinheiro, assim como outros itens. Já a Cooperativa de Reciclagem Coopervida com o Projeto reciclar, pega todo material com possibilidade de reciclagem, por isso a presença dessa instituição na cidade é algo que merece reconhecimento e investimento, são várias famílias que trabalham unidas.
O fato de colocar pra fora do portão não encerra nossa responsabilidade com o lixo. Depois das revistas estarem rasgadas e espalhadas pela rua, dificilmente surgirá algum cidadão para juntá-las. Mais difícil ainda será encontrar alguém que se importe com lixo que não é seu. Tal possibilidade só ocorrerá quando um bueiro entupir e a água danificar sua própria propriedade, neste caso ele reclama, bate o pé, chia , estrila, procura os “direitos”.
Voltando as minhas leituras, o que me levou a escrever hoje, foi o comentário no painel do leitor numa das revistas, onde um pai dizia que a sua filha de apenas quatro anos havia lhe perguntado por que os Garis varriam as ruas. E este pai respondeu prontamente o porquê dos garis limparem as ruas; no que retrucou à pequena que quando crescer queria ser lixeira. Esse pai complementa dizendo que desde então sua filha tornou-se responsável pelo seu próprio lixo e ainda orienta os demais na casa nesta mesma prática. Vejam, tão pequena a menina e tamanha consciência ecológica.
Isso nos leva a crer que a educação para com o ambiente deve ser iniciada quando bem criança para que em sua mente forme a imagem da conduta correta e da ética que deve implementar por uma vida inteira. O planeta clama por essa ordem, isso sim será o diferencial para sustentabilidade, a EDUCAÇÃO crítica e construtiva.
Hábitos costumam se grudar na gente e os maus hábitos, esses nos corrompem e nos prejudicam igualmente por uma vida inteira. Precisamos combatê-los. Sabe-se que desgrudar maus hábitos é a coisa mais difícil e extremamente mais difícil na idade adulta depois de se acostumar a eles.
Assim sendo seria muito mais conveniente e adequado construir bons hábitos o mais breve possível em nossas vidas. Para isso basta programar uma educação sistemática no transcorrer do convívio familiar e ambiente escolar das crianças promovendo práticas de comportamento ecologicamente corretos e cobra-las dentro e fora da escola para tornar-se algo natural.
Não há mais tempo, o planeta acena por iniciativas urgentes. A sociedade cresce deslumbrada com o avanço da tecnologia e esquece todo o resto, se desprende de valores e se perde na violência contra si, seus semelhantes e o planeta. Conscientizar apenas com leituras não muda ninguém, precisa implementar a prática sistemática em prol do planeta.