10 de setembro de 2011

A FAMA x AMBIENTE


Adriana Teixeira Simoni


Muitos artistas famosos ou mesmo apenas conhecidos do meio artístico, seja televisivo, cinema, teatro, novela, do mundo da moda, da música e até alguns famosos do esporte e da política, estão vendo no ambiental uma forma de compensar à fama e também as conquistas monetárias adquiridas durante a carreira e têm se mostrado muito presentes em defesa das causas ambientais.

Alguns colaboram com a própria imagem em eventos, com contribuições financeiras ou ainda participando em instituições e Organizações sem fins lucrativos envolvidas com a causa. Outros utilizam sua posição política realmente contribuindo positivamente, mas por outras e mais freqüentes, apenas utilizam-se do apelo verde para crescer em fama e às vezes em votos.

Mas é preciso prestar atenção se há verdadeiramente intenção em beneficiar invocando através de sua imagem ou atitude o preservar e promover o bem do planeta. Seja incentivando a plantar mais árvores ou destinar corretamente o lixo, é necessário estarmos atentos para identificar se as iniciativas serão para beneficiar o ambiente ou serão apenas empreendimentos para garantir fama e bons ganhos pessoais usando-se do apelo ambiental.

Na verdade os artistas não vão resolver as vulnerabilidades que o planeta vem enfrentando, mas ao cantarem em suas canções mensagens sobre o planeta em estádios lotados ou mesmo outros artistas, ligando sua imagem a hábitos e atitudes sustentáveis, certamente poderão atrair a atenção do público para a questão ambiental e adicionar outro valor.  

Em muitas vezes é mais bem absorvido como hábito uma ação atrelada a imagem de algo ou alguém que se gosta muito. O que pode ocorrer exatamente ao contrário quando utilizadas campanhas nacionais com uso de cartazes, panfletos, outdoors, onde muitas vezes o foco pode passar despercebido e contribuindo negativamente com mais lixo.

Poderia dizer até que no caso de grandes shows e eventos, que o pensamento ecologicamente correto do artista viria na verdade de “um peso na consciência”. Já que num show, as emissões de CO2 no planeta são relativamente altas.  Essa polêmica inicia-se desde o transporte dos equipamentos e de toda equipe até o consumo energético para que o show efetivamente aconteça, além do gasto gerado pelo deslocamento das multidões que  freqüentam os eventos. Quando nos atiramos a diversão e ao lazer dificilmente vemos muita preocupação com o que de negativo cometemos contra a natureza.

Portanto, é difícil você conseguir seguir uma fórmula ecologicamente perfeita.    O estilo de vida moderno demanda muito consumo e acaba por ser muito poluente. Precisamos rever e utilizar um modelo de progresso baseado em pouca emissão de carbono acredita-se ser esse o mote de busca de muitos países atualmente.

Agora só como curiosidade quanto terá sido a contribuição nas emissões de CO2 no festival de música de Woodstock em 1969? Época em que não se presumia que os recursos naturais poderiam se acabar e onde a fama do evento era a “vida em comunhão com a natureza”.

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