1 de outubro de 2011

SER OU PARECER SUSTENTÁVEL?




Adriana Teixeira Simoni


A “sustentabilidade” tão mencionada na atualidade teve seus primeiros passos em 1972 na primeira Conferência das Nações Unidas pelo meio ambiente e vem sendo usada até os dias atuais numa crescente que, por vezes sua utilização não representa a sustentabilidade propriamente dita.

Ser SUSTENTÁVEL é ser capaz de suprir as necessidades do hoje sem prejudicar as possibilidades de uso no futuro, porém dentro desta básica explicação outros itens devem estar relacionados para que a sustentabilidade realmente aconteça.

Hoje ser sustentável é uma qualidade muito requerida em todos os segmentos para assim garantir preservação da vida humana e do planeta a “longo prazo”, esse é o foco que deve ser buscado, todavia muitas empresas se dizem verdes e sustentáveis apenas para garantir um selo de qualidade que na verdade ela não merece. Para ser sustentável não basta exibir certificados precisa realmente SER SUSTENTÁVEL.

Pode-se verificar isso pesquisando sobre uma empresa, como se dá o processo de sua produção ou sua atuação no mercado, se ela trata o ambiente de forma ecologicamente correta, se sua matéria prima não corre riscos de se extinguir por mau uso ou por não ter consumo sustentável, se ela desenvolve seu processo de forma socialmente justa e compromissada com a integridade humana, e se contribui para um engrandecimento da cultura de forma a permitir que seu bem seja desfrutado de forma igual por todos.

Vimos muito a utilização do selo sustentável sendo usado por Bancos, ora, Bancos são sustentáveis? Conseguem essa proeza? De que forma um Banco pode ser sustentável se ele cobra juros altíssimos pelo dinheiro que empresta, além de segregar muitas pessoas de seu uso, um ponto negativo para inclusão.  Ah! Mas eles investem em projetos sócio-culturais e ambientais, porém não sustentam muitos dos requisitos para ser uma empresa “sustentável” verdadeiramente, a isso que precisamos estar atentos.

Por tanto, as empresas deveriam ter mais cuidado ao usarem esse marketing tão exaustivamente tentando iludir a sociedade. O CONAR - Conselho Nacional de auto-regulamentação Publicitária acabou de colocar em vigor no dia 1° de Agosto/11 novas normas éticas para publicidade que evocam a sustentabilidade o que vem colocar um pouco mais de credibilidade no setor, pois reduzirá a banalização ocorrente do termo sustentável. Para que a sustentabilidade ocorra não são necessárias publicidades apelativas, mas políticas públicas focadas efetivamente na sustentabilidade.

Mas, para tanto, uma idéia de real sustentabilidade seriam as Ecovilas e as cidades sustentáveis, pois ao serem menos dependentes do petróleo equilibram as mudanças climáticas pelas suas baixas emissões de CO2.  Pelo fato de serem mais integradas à natureza e mais resistentes a crises externas, tanto econômicas como ecológicas, garantem uma vida simples, porém mais saudáveis a sua população e ao planeta. 

Já para nós da sociedade consumista vamos tentar ostentar nossa bandeira sustentável com ações e práticas em nosso dia a dia pensado em diminuir nosso impacto no ambiente. Sendo assim, você acaba de ser convidado a ser mais sustentável a partir de hoje se ainda não é...


24 de setembro de 2011

MAIS UMA VEZ A PRIMAVERA



Adriana Teixeira Simoni


Assim como dias e noites se sucedem, também as estações do ano transformam-se umas nas outras.  Como na natureza ciclos também nos acompanham, são leis naturais que tanto regem a natureza quanto o homem.  Nascemos bebê, caminhamos para o crescimento e vamos brotando a cada dia um novo ser, um novo sujeito, um novo indivíduo com seus defeitos e qualidades, e  amadurecendo em nossos direitos e deveres.

Primavera é sinônimo de reflorescimento, onde a vida brota em toda natureza aflorando a energia reservada durante o inverno para agora se expor exuberante em cores para apreciarmos e nos regozijar.

Mas a importância desses ciclos não está apenas na beleza que nos é disponibilizada gratuitamente. Para que esses ciclos aconteçam o ecossistema deve estar equilibrado e para isso devemos garantir que a biodiversidade seja preservada ao máximo.

Entretanto, as iniciativas para preservarmos nossa biodiversidade têm ficado muito aquém do necessário, onde permite perceber que esta perda sistemática permite extremos nas mudanças climáticas e na distribuição da água, o que conseqüentemente gera essa maior perda o que muitas vezes colabora para atrasar ou adiantar ciclos de algumas plantas.

É preciso comprometimento de todos e uma atuação responsável das políticas públicas. Preconizando mais atenção e ouvidos aos cientistas pesquisadores e ambientalistas no que diz respeito à conservação de um bem nacional que necessita ter a sua vida garantida para fruição de todo o restante.

É preciso conscientizar a todos de que as florestas apresentam mais valor em pé do que substituídas por outros usos da terra. Isso, que fique bem claro quando pensamos em garantir a biodiversidade do planeta e não mais lucro a produtores rurais.
 O Polêmico texto do Código Florestal gerou muita discórdia entre ambientalistas e ruralistas ao que se resume que o grande perdedor de toda essa guerra acabará sendo a nossa biodiversidade, pois permitindo o uso de uma APP aqui, a aproximação de alguns metros mais do leito do rio e anistia de um desmatamento aqui outro acolá, fica clara a intenção exposta contra o meio ambiente ou no mínimo, descaso.

Nessa discussão a biodiversidade se esvai nos enleios de deputados, senadores e latifundiários secos por mais terras e menos florestas portando-se como donos do planeta.                                                                              
Resta-nos esperar que este retrocesso na aprovação deste código florestal não colabore em prejudicar não nos permitindo encontrarmos outras tantas vezes a primavera com sua despojada beleza compartilhada em renovada flora como podemos apreciá-la hoje.

Com toda certeza eu serei contemplada com uma praça bastante florida pelos caminhos onde faço minhas caminhadas diárias. O espaço ganha atenção pessoal de uma moradora que cuida e explora a praça frente a sua casa já há algum tempo, garantindo a todos que ali passam a grandeza de sua ação desinteressada, onde dispensa tempo e cuidados com muitas flores e espécimes plantadas. Uma ativista verde que já ganha novos seguidores pelo bairro, onde às vezes mobilizam-se num mutirão de embelezamento das praças locais. Eles fazem pela preservação do ambiente e compartilham com a comunidade preconizando a qualidade de vida. Agindo assim, contribuem para que muitas outras primaveras aconteçam floridas e renovadas. Oxalá tal iniciativa contaminasse a todos por aí...


22 de setembro de 2011

DIA MUNDIAL SEM CARRO


DIA MUNDIAL SEM CARRO

,
 DEIXAR NOSSOS CARROS NA GARAGEM,

MOSTRAR ÀS CRIANÇAS QUE AINDA É POSSÍVEL

 SE FAZER ALGO MESMO ESTANDO SEM CARRO.

> DIA PARA  OFERECER CARONAS

> APROVEITAR PARA ANDAR A PÉ...

> USAR  A BIKE...

>CURTIR A VIDA E A NATUREZA



MOSTRAR QUE VOCÊ SEM O CARRO 

É MUITO MAIS VOCÊ 









17 de setembro de 2011

LIXO EXTRAORDINÁRIO



Adriana Teixeira Simoni

Já foi feito um documentário com esse título, belíssimo por sinal, que retrata o lixo, os catadores e a possibilidades de transformar lixo em arte.
Fugindo do filme e caindo na nossa dura realidade, esse título nos remete a duas interpretações rapidamente. O extraordinário visto como fantástico, dando ao lixo o valor que ele realmente merece e pode alcançar. E a outra interpretação que o lixo seria extraordinariamente volumoso.
Hoje, nós brasileiros podemos concordar que das duas formas vimos o lixo? Infelizmente não! O lixo produzido no Brasil não tem o aproveitamento devido. Ele ainda é considerado apenas volumoso e as iniciativas para diminuir esse volume estão pífias demais, ou com efetiva despreocupação com o lixo em si.
Cada brasileiro produz em média um pouco mais de 1 kg de lixo por dia, sendo que em São Paulo esse volume  chega 1.2Kg  no Rio de Janeiro é de  1.6 kg por habitante. Essa quantidade de lixo é algo muito preocupante, pois com o consumo altamente influenciado através do  apelo publicitário diário a tendência é aumentar esse volume ano a ano. Isso só nos remete ao saturamento dos aterros sanitários e provável falta de áreas para instalação de novos aterros.
A preocupação com geração excessiva de lixo e a destinação correta deveria ser algo extremamente discutido e viabilizado iniciativas rápidas para a solução. A Política Nacional de resíduos sólidos caminha a passos de tartaruga, não por culpa deles, mas a burocracia é imensa e as verbas minúsculas.  É impressionante como ações de caráter urgente são deixadas de lado no Brasil e outros como atrativos para Jogos Olímpicos e Copas do mundo são vislumbradas como essenciais para o Brasil. Isso é passageiro, mas a produção e a não solução para o descarte correto do lixo é crescente, diária e não tem como brincar de estátua – Pare! Não fabrique mais lixo!
A questão do lixo urbano não tem sido pensada organizadamente, as medidas não estão sendo viabilizadas no mesmo crescimento populacional nem da própria geração do lixo.  Não estão sendo considerados em conjunto os diversos aspectos envolvidos desde a coleta do lixo até a destinação. Envolvendo neste caminho a reciclagem, o aproveitamento pela indústria de parte destes recursos na divisão do lixo em potencial reciclável, orgânico para aproveitamento na agricultura e demais fluidos pela indústria na geração de energia. E a arte disse é que realmente pode ser tudo isso reaproveitado.
Neste aspecto o lixo apresenta extraordinário valor e se assim fosse visto, o investimento que é inevitavelmente alto, mesmo se utilizando da tecnologia nacional que vem sendo pesquisada pelas Universidades viabilizando usinas de incineração, o retorno do investimento será garantido e rápido, pois o lixo é matéria prima gratuita quanto a produção e  ademais o seu volume é extraordinário.




10 de setembro de 2011

A FAMA x AMBIENTE


Adriana Teixeira Simoni


Muitos artistas famosos ou mesmo apenas conhecidos do meio artístico, seja televisivo, cinema, teatro, novela, do mundo da moda, da música e até alguns famosos do esporte e da política, estão vendo no ambiental uma forma de compensar à fama e também as conquistas monetárias adquiridas durante a carreira e têm se mostrado muito presentes em defesa das causas ambientais.

Alguns colaboram com a própria imagem em eventos, com contribuições financeiras ou ainda participando em instituições e Organizações sem fins lucrativos envolvidas com a causa. Outros utilizam sua posição política realmente contribuindo positivamente, mas por outras e mais freqüentes, apenas utilizam-se do apelo verde para crescer em fama e às vezes em votos.

Mas é preciso prestar atenção se há verdadeiramente intenção em beneficiar invocando através de sua imagem ou atitude o preservar e promover o bem do planeta. Seja incentivando a plantar mais árvores ou destinar corretamente o lixo, é necessário estarmos atentos para identificar se as iniciativas serão para beneficiar o ambiente ou serão apenas empreendimentos para garantir fama e bons ganhos pessoais usando-se do apelo ambiental.

Na verdade os artistas não vão resolver as vulnerabilidades que o planeta vem enfrentando, mas ao cantarem em suas canções mensagens sobre o planeta em estádios lotados ou mesmo outros artistas, ligando sua imagem a hábitos e atitudes sustentáveis, certamente poderão atrair a atenção do público para a questão ambiental e adicionar outro valor.  

Em muitas vezes é mais bem absorvido como hábito uma ação atrelada a imagem de algo ou alguém que se gosta muito. O que pode ocorrer exatamente ao contrário quando utilizadas campanhas nacionais com uso de cartazes, panfletos, outdoors, onde muitas vezes o foco pode passar despercebido e contribuindo negativamente com mais lixo.

Poderia dizer até que no caso de grandes shows e eventos, que o pensamento ecologicamente correto do artista viria na verdade de “um peso na consciência”. Já que num show, as emissões de CO2 no planeta são relativamente altas.  Essa polêmica inicia-se desde o transporte dos equipamentos e de toda equipe até o consumo energético para que o show efetivamente aconteça, além do gasto gerado pelo deslocamento das multidões que  freqüentam os eventos. Quando nos atiramos a diversão e ao lazer dificilmente vemos muita preocupação com o que de negativo cometemos contra a natureza.

Portanto, é difícil você conseguir seguir uma fórmula ecologicamente perfeita.    O estilo de vida moderno demanda muito consumo e acaba por ser muito poluente. Precisamos rever e utilizar um modelo de progresso baseado em pouca emissão de carbono acredita-se ser esse o mote de busca de muitos países atualmente.

Agora só como curiosidade quanto terá sido a contribuição nas emissões de CO2 no festival de música de Woodstock em 1969? Época em que não se presumia que os recursos naturais poderiam se acabar e onde a fama do evento era a “vida em comunhão com a natureza”.

2 de setembro de 2011

EXEMPLO DE DEDICAÇÃO


Adriana Teixeira Simoni


Você conhece um ser que trabalha 365 dias por ano,  que não descansa nem em feriados  tão pouco aos   finais de semana e que não tira   férias ?

Se fosse invertida essa frase totalmente, o que ficaria assim: - Você conhece alguém que NÃO  trabalha a maior parte dos  dias do ano, desfrutando  de folgas   praticamente a partir do meio da semana,  seguindo pelo  final de semana  além dos feriados e o fantástico  direito aos recessos em Janeiro e Julho  e ainda assim garante um fabuloso ordenado ?  A Resposta seria a maioria dos  Políticos Brasileiros. Essa  foi fácil.

Voltando a um assunto mais sério, o  operário que trabalha 365 dias por ano sem nada em troca é a ABELHA, esse inseto  da ordem Hymenoptera  que  trabalha prazerosamente  como uma  escrava .
As abelhas são mão-de-obra barata para a agricultura promovendo o aumento da produtividade bem como a qualidade de grãos , frutas e  legumes, pois é  um agente polinizador por natureza . No Brasil isso tem sido dedicação de alguns pesquisadores na UNESP/Jaboticabal-SP direcionando  a pesquisa de uso  para o aumento da produção de laranjas.
A  apicultura,  a mais conhecida cultura das abelhas, processo da retirada do mel, a cera e o própolis por elas fabricado, passou a ser uma atividade secundária  em outros paises  pois, preconizam o  uso das abelhas  na polinização alugando-as,   o que colabora lucrativamente com o  aumento da produção agricola.  Uma lástima que o Brasil não se  utiliza desse recurso em alta escala.
As abelhas não são o único inseto polinizador, porém ela se destaca por sua fidelidade alimentícia, pois ela se dedica a uma plantação até não existirem mais flores. Por isso,  quando vamos comprar MEL vemos nos frascos que há mel de flor silvestre, flor de laranjeira, flor de eucaliptus , enfim,  os demais insetos  se furtam desse compromisso e passeiam por diversas flores  comprometendo os polens que carregam e a efetiva polinização. Outra vantagem das abelhas é a possibilidade de serem  controladas.
Existem várias espécies de  abelhas,  como  Apis mellifera a mais comum  em todo o mundo,  a dócil jantaí (Tetragonisca angustula) que muitas pessoas criam em casa numa caixinha, mel muito saboroso e   a nordestina uruçu (Melipona scutellaris.
Porém para não prejudicar estas dedicadas trabalhadoras e o futuro da alimentação do planeta devemos protegê-las, pois, agrotóxicos aplicados na agricultura e mesmo a poluição tem colaborando para o sumiço desse polinizador fantástico e lucrativo,  podendo  causar uma catástrofe alimentar diminuído drasticamente a produção de alimentos na lavoura.




“Todos nós deveríamos ter uma inteligência ecológica a exemplo das colônias e   
dos enxames de insetos”. (Johannes Gierse)





27 de agosto de 2011

A NATUREZA ARTÍSTICA



Adriana Teixeira Simoni



Impressiona quando a natureza se transforma através da mão humana em uma forma portátil de exibição.  Uma forma que necessita  uma sensibilidade  maior que permita  perceber o quão grande é aquele elemento ali maquetado que apesar de se apresentar  como parte  deslocada do todo ainda se mostra tão belo ou  ainda mais belo  que a porção    inteira da  natureza.


A reinvenção da natureza se desabrocha a partir de uma ideia que pode ser em versos, textos  ou em misturas de tintas, papel e tela  ou ainda numa construção unindo objetos da própria natureza ou  que deixaram de ir de encontro a ela descartados sem consciência do mal que causariam a essa  peculiar beleza.

Artesanato, ilustração, pintura, foto, escultura, instalação, são  todas as formas de expressão artística que podem usar a natureza com sabedoria criatividade e imensa exploração sem danificar  sua beleza e comprometer sua biodiversidade. Muito pelo contrário, promovem sua contemplação e possibilitam uma visão diferente, uma reflexão mais apaixonada , o que permite até mesmo  quem não  pode ver,   sentir ao toque a expressão desta beleza .

 Não existe jogo de palavras,   nem a arte copia a natureza nem a natureza esnoba a arte . Elas convivem uma,   expressão da outra e nos embebedam com suas belezas.  Algumas obras necessitam uma imersão dentro de nós,    confundem   algumas pessoas deixando-as perplexas,   perdidas em imagens que nada entendem, mas o que faltou foi apenas  um  olhar a mais para a  arte  e uma reflexão  interior para  perceber a natureza exposta naquela arte.

Posso fazer arte do  ruído dos rios  , do som  de  pássaros  assim como fez o artista Cildo Meireles em sua demonstração de arte fazendo referência ao fluxo da água, à audição e à risada, onde ele explora o som produzido por rios brasileiros em especial na bacia do São Francisco  numa  instalação intitulada de  “Rio oir”  que está  em exposição no  Itaú Cultural,  Av. Paulista, 149 - SP de 21 de Agosto a 2 de Outubro. Entrada Franca.

Questionado  o Artista em entrevista a Revista Veja , a respeito de sua obra que foi iniciada em 1970,  estar mais inserida  hoje  nos debates sobre  meio ambiente  -  Cildo  responde :    “ - Tentei discutir também o descuido em relação aos rios no Brasil, e nesse sentido o São Francisco é exemplar. As usinas hidrelétricas estão acabando com a vazão dele nas últimas décadas.”

Percebe-se por essas declarações, que o artista tem sensibilidade para além do encanto  exposto em  sua obra   nos remetendo a  uma reflexão maior   sobre a necessidade de cuidar melhor de nosso rios.

Que  os Rios nos permitam além de abastecer a vida,  o  desfrute   de  suas  expressões na   arte  imitando-o   na cor e  na vazão que a natureza lhe conferiu  garantindo que seja explorado assim para todo sempre,  para a  vida e na arte.


13 de agosto de 2011

RESPEITO E DIGNIDADE AO POVO INDÍGENA

DIA 9 DE AGOSTO
DIA INTERNACIONAL DO POVO INDÍGENA
Adriana Teixeira Simoni
 
Foi  comemorado em  nove  de Agosto   o    Dia Internacional do Povo Indígena, data  criada pela ONU em 1995 ,  referenciada  por reuniões entre povos indígenas   para discutir  garantia dos direitos humanos, direito  a terra e a  preservação da cultura indígena.  Esse  povo  que tem sido  massacrado desde a colonização e  com o avanço do capitalismo  e  sua famigerada vontade de  apoderar-se do que não lhe pertence do que não lhe é merecido.
Apropriar-se  com intuito de usufruir  de toda natureza sem proporcionar nenhum retorno ao planeta que sofre ceifado pela  foice do “Eu posso mais”,  atropelando  todo tipo de lei inclusive  a  carta maior.
 Tudo a  título de massagear ego de poderosos e garantir privilégios a alguns ,   que vislumbram  para o  Brasil  a presença  da terceira  maior Usina hidroelétrica do mundo  , onde deveriam  pensar em empoderar um povo com  boa educação, farto trabalho e  justa distribuição de renda melhorando assim a   posição no IDH (índice de desenvolvimento humano). 
Todavia rasgar papel tem sido uma das rotinas nas administrações públicas de todas as esferas, dizem  todos que é  em defesa do bem comum,  porém   bem comum,  seriam   todos da sociedade, incluído o povo Indígena, mas não estamos vendo consideração e preocupação com o que será feito  deste povo  com a construção da Usina Belo Monte no Xingu-PA.
No Brasil o povo Indígena  tem sido massacrado pelo desrespeito de não serem  ouvidos, pois desde  de 1980  quando eles já se manifestavam  protestando contra a instalação de projetos hidroelétricos na região do Xingu no   Pará,   sabiam que isso agrediria para sempre seu habitat e seus costumes comprometendo a cultura do povo indígena daquela região,   além de atropelarem  o   direito de propriedade daquela área  conquistado   por eles  logo  na constituição de 1988.

O  ano de 2011 foi palco de movimentos de repúdio contra a liberação da  construção da Usina de Belo Monte, Usina esta,  que  não gerará  números considerados de energia, (se for efetivada sua instalação)  mas será responsável por uma série de devastações socioambientais  e conseqüentemente destruição da cultura de sobrevivência do povo ribeirinho e das comunidades indígenas que vivem naquela região , além  de varrer   parte da  biodiversidade local, que será aí sim ,  com certeza número    bastante   expressivo negativamente.

Recentemente o presidente do IBAMA Curt Trennepohl,   fez declarações em uma  entrevista ao  programa australiano 60 Minutos  para a repórter Allison Langdon  que comprometem ainda mais a posição deste órgão  com  relação ao povo indígena daquela área, demonstrando grande desrespeito aos valores sociais e  humanístico,   o    que repercutiu muito mal junto aos ambientalistas e contrários  a construção da Usina de Belo Monte , causando  uma péssima imagem ao Brasil.

Todos os  povos Indígenas de nosso Brasil   tem direitos garantidos e merecem ser respeitados.  São todos  nosso   patrimônio cultural e sua sabedoria    deve ser preservada , além do que, eles lutam por algo que irá garantir a toda  nação Brasileira  inúmeros  benefícios ambientais.

O uso sustentável e a  preservação  motivada   por  estes povos   garantirá   que o    “progresso”    não venha  contribuir   para o  desaparecimento de nossa  bela biodiversidade .  Existem  outras formas de se  produzir energia e   permitir o progresso  sem provocar     a extinção   de um povo da nossa história.

O Comitê Metropolitano Xingu Vivo Para Sempre dará início às mobilizações para o ato mundial em defesa do Xingu e contra Belo Monte, com data prevista para o dia 20/agosto próximo, com manifestações simultâneas em cada cidade participante.

6 de agosto de 2011

A NATUREZA E O SER HUMANO


Adriana Teixeira Simoni
A natureza já foi vista como “divina” “ameaçadora” ,  “sobrenatural” e antropocêntrica,  logo  passa  a ser dominada pelo Homem   no uso da sua  racionalidade que o diferencia dos demais animais.
Deste momento em frente iniciou-se a deterioração da NATUREZA. A  busca implementada pelo homem  em suprir as necessidades humanas imediatas  acaba se transformando  em abuso com a revolução industrial,  pois nesta ocasião acreditavam   serem  infinitos os recursos naturais  o  que  ora percebemos serem  fatidicamente  findáveis.
O ser humano ora pensa a Natureza como algo bom e saudável, mas na perspectiva de algum lucro já não se importa muito com aquele belo capão de mato,  com uma pura e cristalina nascente ou já não faz mais conta  daquela  sombra garantida no dia todo por aquelas árvores gigantes que socorriam animais do calor do dia e das surpresas da noite,  ora  o homem quer contemplar essa  mesma natureza,  mas incluído-a numa infra-instrutura imobiliária  fazendo  desta,  a vista privilegiada  que  garantirá  o  ganho financeiro  que  tanto  almeja.
Por outras  vezes  a  natureza é  contemplada pelo  homem como algo que apazigua o coração e  o faz viajar por algumas  lembranças , seja brincando com a natureza desfrutando de suas belezas e possibilidades ou apenas lembrando  momentos que viveu e teve oportunidade de guardar em sua memória, pois   hoje  essa imagem pode não mais ser vista ,pois  já não mais existe .  O próprio  homem a  modificou, o progresso a roubou .
Eu sou agradecida por ter vivido, ter “bebido” desta natureza poética, tive oportunidade de comer frutas silvestres  como a pitanga, o cambuim, o figo,    pescar em riachos, tomar banho em açudes ,  me assustar com repteis diversos, tocar um animal sem medo, correr pelos campos dos  Quero-queros furiosos   que defendiam  seus ninhos .  Isso tudo e mais um pouco foi um grande  privilégio, muitas crianças que hoje são adolescentes não tiveram e talvez não venham a ter tal regalia.
Todas estas lembranças vieram a minha mente e acaloraram meu coração quando o editor do Jornal  O POPULAR - Mogi Mirim -SP pediu que falasse sobre  minha ligação com ambiente e a natureza e agradeço igualmente de coração tanto o convite para assinar a coluna AMBIENTE , bem como por ter me sugestionado fazer essa viagem por minhas lembranças.
 Finalizo com  verso de um  poeta   conterrâneo  :
“Qualquer ideia que te agrade,
  Por isso mesmo... é tua.
  O autor nada mais fez que vestir a verdade
  Que dentro em ti se achava inteiramente nua...”   Mário Quintana

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...