11 de julho de 2010

SUSTENTABILIDADE X QUESTÃO SOCIAL



Adriana Teixeira Simoni

Devido ao meu interesse sócio-ambiental, venho lendo tudo o que diz respeito ao ambiente, pois sobre a área social a faculdade vem me suprindo e inspirando a defender a tese de que qualidade de vida está inteiramente ligada a forma como tratamos o meio ambiente e sendo assim, todas as atitudes voltadas para a sua preservação, devem ser escaladas no time titular.

A cada artigo que leio sobre providências, pesquisas ou movimentos , pouco vejo de implicações voltadas para a área social ,principalmente se o assunto for referente a qualificar perdas . As preocupações sobre perdas são sempre voltadas para as perdas econômicas nos setores da pecuária, da indústria, da agricultura, no impacto que a falta de energia causaria, etc. Enfim, onde nessa última frase foi citada a injustiça social que todas essas questões anteriores foram as principais causadoras dessa problemática, devido ao famigerado capitalismo que conjuga apenas o verbo produzir ? Claro que em nenhum momento. Apesar de estar intrínseco que o homem é quem conduz todos esses meios, então, o problema se encontra no “como” conduzem esses meios de produção.

Estamos avançando para um futuro preocupante, pois, apesar do Brasil ter assinado em Copenhague que colaboraria com um corte de emissão de gases estufa até 2020 entre 36% a 39% , as pesquisas a que temos conhecimento, apontam para dados muito inferiores, o que nos levará em muitos prejuízos, e entre esses prejuízos é bom lembrar, em um plano bem mais valorizado, o ser humano. Por isso é necessário insistir em providências locais , pois é com pequenas ações, onde cada cidadão consciente de sua responsabilidade, colabora para uma mudança global, e assim se aplica a sustentabilidade de forma efetiva.

Esses irresponsáveis e previsíveis desastres ambientais estão sempre mais desfavoráveis a população em vulnerabilidade econômica, de diferentes regiões do nosso país, em especial atenção norte e nordeste, e que necessitam de uma atenção maior, pois somente o “Bolsa Família” entre outros benefícios de ordem financeira , não serão suficientes, é necessário um política sócio-ambiental mais consistente e coexistente entre as preocupações econômicas advindas dos meios de produção e nas injustiças sociais que a sociedade fica exposta. A elevação do clima, decorrente das emissões de gases e o desmatamento não geram somente problemas de ordem ambiental e econômica, há todo um ecossistema envolvido, onde a população é também atingida e acaba perdendo o pouco da autonomia que possuía. A questão social deve permear as pesquisas e se mostrar mais presente nas ações políticas e no desenvolvimento sustentável de nosso país, garantindo qualidade de vida e cidadania.


Publicado no Jornal O Popular em 26/05/2010

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