28 de abril de 2012

TRANSPOSIÇÃO DE IDEIAS




Adriana Teixeira Simoni

De uns tempos pra cá, transpor pode-se dizer sinonimamente que estamos dando piruetas sobre as possibilidades ambientalmente corretas e necessárias para com as condutas e os documentos que regem os comportamentos mais eco-eficientes destinados ao planeta como um todo.

Considerando aí as condutas públicas de não conter e não valorizar o tamanho dos impactos que proporcionam o comprometimento ambiental, como as causas do aquecimento global, os avanços dos desmatamentos, a poluição sem controle, o demasiado uso de combustíveis fosseis, o assoreamento de rios e nascentes, a depredação dos recursos naturais causados por obras sem necessidade e também na deposição final dos diversos resíduos produzidos pela produção e consumo , o lixo, comprometendo o equilíbrio ambiental mínimo em muitas partes do Brasil. 

Direcionando aos fatos, a obra da Usina de Belo Monte foi amplamente denunciada por todos os estragos que virá a empreender tanto ambientalmente como socialmente, comprometendo a sobrevivência dos povos ribeirinhos desestabilizando todo ecossistema local, onde a produção de energia que prometem é irrisória frente aos problemas ambientais que causará sem ter como voltar atrás, e não é só Belo Monte, temos outras usinas mais.

Temos também a alteração do código florestal que compromete o futuro das florestas e da biodiversidade brasileira onde pesa extenuantemente os problemas socioeconômicos, ambientais e políticos dessa aprovação causando um profundo comprometimento nas APPs (áreas de preservação permanente) que jamais poderá ser regenerado, pois o texto aprovado não estimula isso nem agora nem para o futuro, comprometendo assim, definitivamente ao dar anistia a desmatadores criminosos, o progresso do fim das florestas.

Nessa sequência de transposições de ideias, onde o Poder público coloca como sendo uma prioridade energética, e uma prioridade ambiental esses dois fatos acima, a transposição se dá no momento em que a real utilidade dessas obras não pode ser a que está sendo alardeada pelo poder público, pois cientistas, ambientalistas e engenheiros provam que os resultados são negativos e que as respostas esperadas trarão impactos ambientais, sociais e econômicos sérios, com um custo benefício vazio. Portanto a ideia central não existe mais, seu caminho foi alterado, houve uma transposição da ideia.

Outro fato bárbaro que o ilustre Ex-presidente Lula deixou de espólio, foi a transposição do Rio São Francisco, uma obra também repleta de manifestações contrárias e hoje se confirma a inutilidade da obra frente aos gastos e a inviabilidade demonstrada até agora com os frequentes problemas encontrados, e ainda faltam mais de 50 % para concluir , dinheiro jogado fora que poderia levar água encanada aos povos sem acesso. As decisões políticas ultimamente têm sido a revelia dos interesses da sociedade.

Do global para o local, Mogi Mirim dá um destino para o lixo rodeado de suspeitas e de despesas excessivas que não estão garantindo uma preocupação socioambiental condizente. Promessas referentes a uma futura usina de Lixo requer atenção para não permitir aí a transposição da ideia central e preocupante no destino final do nosso lixo.

É importante a sociedade cobrar uma destinação final para o lixo mais adequada, ambiental e economicamente mais sustentável, que permita a inclusão dos catadores nesse ciclo efetivamente incorporados, pois são muitas famílias que sobrevivem desse trabalho e que sem esse emprego estarão propensas a miséria e a infortúnios que poderão se virar contra nós, a própria sociedade.

21 de abril de 2012

FALTA EDUCAÇÃO AMBIENTAL





Adriana Teixeira Simoni

Desfrutando um tempinho longe da tela do computador aproveito para ler alguns artigos em revistas antigas, que peguei dias atrás de uma lixeira nas proximidades onde moro. É bom lembrar que caso eu não as tivesse pegado, muito provavelmente estariam mais tarde voando pela rua, comprometendo de vez a sua reciclagem e seu retorno ao ciclo produtivo. Além é claro, da péssima aparência que deixaria na vizinhança. Sabe por que isso ocorre? Descomprometimento do meu vizinho com a sociedade, com o próximo e com o seu próprio LIXO.

Esse cidadão não se preocupa em saber que dias a cooperativa de lixo passa para pegar, não percebe que apesar de ter catadores autônomos que percorrem o bairro ainda assim o monte de revistas permanece lá por mais de um dia. Isso porque hoje pode não estar atrativo o preço do papel, portanto o catador não pega, pois apenas fará peso em sua carrocinha e não lhe renderá nenhum dinheiro, assim como outros itens. Já a Cooperativa de Reciclagem Coopervida com o Projeto reciclar, pega todo material com possibilidade de reciclagem, por isso a presença dessa instituição na cidade é algo que merece reconhecimento e investimento, são várias famílias que trabalham unidas.

O fato de colocar pra fora do portão não encerra nossa responsabilidade com o lixo. Depois das revistas estarem rasgadas e espalhadas pela rua, dificilmente surgirá algum cidadão para juntá-las. Mais difícil ainda será encontrar alguém que se importe com lixo que não é seu. Tal possibilidade só ocorrerá quando um bueiro entupir e a água danificar sua própria propriedade, neste caso ele reclama, bate o pé, chia , estrila, procura os “direitos”.

Voltando as minhas leituras, o que me levou a escrever hoje, foi o comentário no painel do leitor numa das revistas, onde um pai dizia que a sua filha de apenas quatro anos havia lhe perguntado por que os Garis varriam as ruas.  E este pai respondeu prontamente o porquê dos garis limparem as ruas; no que retrucou à pequena que quando crescer queria ser lixeira. Esse pai complementa dizendo que desde então sua filha tornou-se responsável pelo seu próprio lixo e ainda orienta os demais na casa nesta mesma prática.  Vejam, tão pequena a menina e  tamanha  consciência ecológica.

Isso nos leva a crer que a educação para com o ambiente deve ser iniciada quando bem criança para que em sua mente forme a imagem da conduta correta e da ética que deve implementar por uma vida inteira. O planeta clama por essa ordem, isso sim será o diferencial para sustentabilidade, a EDUCAÇÃO crítica e construtiva.

Hábitos costumam se grudar na gente e os maus hábitos, esses nos corrompem e nos prejudicam igualmente por uma vida inteira. Precisamos combatê-los. Sabe-se que desgrudar maus hábitos é a coisa mais difícil e extremamente mais difícil na idade adulta depois de se acostumar a eles.

Assim sendo seria muito mais conveniente e adequado construir bons hábitos o mais breve possível em nossas vidas.  Para isso basta programar uma educação sistemática no transcorrer do convívio familiar e ambiente escolar das crianças promovendo práticas de comportamento ecologicamente corretos e cobra-las dentro e fora da escola para tornar-se algo natural.

Não há mais tempo, o planeta acena por iniciativas urgentes. A sociedade cresce deslumbrada com o avanço da tecnologia e esquece todo o resto, se desprende de valores e se perde na violência contra si, seus semelhantes e o planeta. Conscientizar apenas com leituras não muda ninguém, precisa implementar a prática sistemática em prol do planeta.

14 de abril de 2012

UMA AVE DE VÁRIOS JULGAMENTOS



Adriana Teixeira Simoni

Um símbolo de paz e amor o Pombo urbano (Columba Lívia) é encontrado praticamente no mundo todo exceto nas regiões polares. Essas aves quando encontram facilidade de alimentação e abrigo se reproduzem descontroladamente. Uma ave que simbolicamente representa a Paz não trás a paz propriamente a todos os cantos, sua presença em certos lugares pode desencadear vários problemas tanto ao ambiente como a sociedade. E a própria sociedade, muitas vezes é a culpada ao facilitar ou disponibilizar alimentos a esses  pombos urbanos.

Os pombos em grandes concentrações contribuem para o comprometimento da saúde pública onde contaminam o ambiente com fungos e bactérias além de causarem transtornos ambientais e materiais. Suas fezes ácidas danificam e sujam monumentos, marquises e comprometem o visual central das cidades. Além também de atrair insetos e ratos devido a restos de comida e acumulo de fezes nos locais onde vivem. Os pombos também transmitem doenças aos homens oriundas da aspiração da poeira de suas fezes e também dos ácaros que carregam em suas penas e ninhos.

Essa ave símbolo da paz e do amor pode ser preservada sem que nos cause tantos dissabores, basta um manejo adequado diminuindo a disponibilidade de alimentos e locais utilizados para abrigo para desta forma não infringir o código de proteção aos animais e manter os pombos urbanos em número controlado. O que também proporciona a sua volta a natureza a procura de alimentos em locais fora do perímetro urbano de forma dispersada sem causar danos ambientais e a saúde humana.

O que na verdade me estimulou escrever sobre esse assunto foi uma semana que convivi com um columbófilo na Argentina. Tomar conhecimento dessa prática na qual não se ouve falar a muito tempo, onde o termo já foi utilizado até mesmo em letra de música “ Pombo correio, voa depressa e essa carta leva para meu amor...”  me desencadeou curiosidades sobre o assunto.

No Brasil essa modalidade desportiva já passa dos 60 anos, foi primeiramente utilizado para comunicação pelo exército brasileiro, porém é bastante difundida na Bélgica, Holanda, Alemanha, Argentina e Portugal. É um hobie que desenvolve fanatismo igual a futebol, e há columbófilos por todo Brasil proporcionando aos praticantes desse desporte reconhecimento internacional.

É Fantástico ver como um columbófilo se comporta num dia de corrida, hoje com a tecnologia usam celulares a todo instante para enviar as marcas sejam da partida dos pombos ou quando iniciam as chegadas aos pombais participantes. Em média cada columbófilo  manda para largada 5 a 6 pombos competidores e quando chegam trazem em suas patas um anel que consta seu número cadastrado na confederação e   este é depositado num relógio  lacrado na qual será aberto na associação para verificação de qual ave chegou primeiro,  calculando os quilômetros percorridos até  o seu pombal de nascimento  e o  tempo gasto. Nessa corrida que acompanhei, os pombos foram soltos a 1200 Km de distância e levaram dois dias para voltar ao pombal de meu amigo, isso porque pegaram chuva dois dias no percurso do vôo.

Todos os pombos são criados e tratados para essa prática com vacinas e alimentação balanceada, pois atingem a marca de 80 a 100 km/h nos vôos de retorno. Realmente é bastante interessante, pois os pombos se nada lhes ocorrer pelo percurso sempre voltam ao pombal onde nasceram. No caso da columbofilia trazem além da paz ao proprietário pelo retorno de seu indivíduo, trazem também  uma noticia boa caso o cálculo lhe propicie ser o vencedor da corrida com prêmios simbólicos e dinheiro. Ainda que fantástica a participação nesse esporte e meio de comunicação,ainda prefiro utilizar  o email.

7 de abril de 2012

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DO LIXO


Adriana Teixeira Simoni


Do caminhar e cantar da canção de Geraldo Vandré, que acabou por inspirar esse texto, intento externar numa antiga lição quando se morria pela pátria e vivia por paixão. Todavia, os tempos andaram muitas vezes na contramão das demandas e necessidades sociais desse pais . E não se pode negar que ainda que a tropeços, pouco se conquistou e muito se deixou pelo caminho.

Em épocas que a imprensa e todas as condutas eram apontadas e controladas. Quando tudo deveria exalar perfume de flores e nunca da contrariedade ou da discórdia das ideias impostas por Generais e outros;  muitos ainda corriam  perigo de serem esfolados pelos domínios preponderantes da época, pois  instigavam com voluntariedade  a mudança e a democracia que desejavam.
A liberdade de ideias adentrou a roda da diversidade nos infortúnios e na extremidade;  nas glórias, como ainda hoje, são muitos com nada e poucos com muito. A angústia apenas mudou de forma, pois  agora vivemos na angustia de não saber sobre o futuro...

A angústia tenta se disfarçar no consumo das tecnologias que são as armas usadas pelo poder para que todos fiquem inertes, felizes, imóveis.  Todavia funcionais na ciranda comercial onde pouco importa se capaz de interpretar as próprias mensagens que escreve através das mesmas tecnologias que manipulam, o que importa mesmo: é que saibam operar quando solicitado uma urna eletrônica...

Nesta angustia sobre o futuro desse país, que vislumbra o progresso, mas que, não investe nada em sua própria coletividade, apenas vive de indicativos que não falam a verdade, pois nos mostram por telescópio a situação do país , não usam a lupa necessária para ver detalhes.  Apenas  servem  para  ilustrar a vaidade dos interesses políticos.

A  sociedade, “feliz pelo consumo”, vive assustada pela falta de disciplina e pela violência instalada  no desinteresse político  na qual nem  mantém a ordem , nem tão pouco avança   na conquista do progresso.  Porém neste caso,  tenta combater  a corrupção no meio político , esse já falido de créditos,para  assim  reconquistar alguma confiança.

Enfim, as tecnologias avançam para a sobrevivência do consumo e felicidade da nação. Porém  paralelamente cresce o lixo, o resíduo inerente desse progresso individualizado de crescimento.  Todo  avanço tecnológico  também é diversificado para dar o destino correto a esses, mas o que se vê na verdade...É muito lixo pelas esquinas.

A melhor escolha para o destino final do Lixo seria  garantir preservação do ecossistema gerando  emprego e renda e  incluindo com respeito e seriedade o serviço das cooperativas de reciclagem e catadores, para assim ostentar o tripé econômico, social e ambiental da sustentabilidade no município.

Tanto o lixo como as flores podem nos silenciar. O lixo pelo seu odor quando acumulado em grades volumes e as flores pelo perfume que pode nos inebriar. Já na política, jamais devemos nos silenciar; proteste, manifeste sempre sua inconformidade, vote consciente!


Quando acreditavam nas flores vencendo canhões, acreditavam na possibilidade de mudanças. Hoje se confiarmos na riqueza que é o lixo, ganharemos a tão sonhada sustentabilidade do planeta como conquista para o futuro das próximas gerações. Por tanto, vem vamos embora que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer...



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