Mostrando postagens com marcador reforma código florestal. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador reforma código florestal. Mostrar todas as postagens

3 de março de 2012

UMA DISPUTA PELA VIDA


Adriana Teixeira Simoni


A sobrevivência do planeta concorre à batalha da fome. O crescimento populacional é de 80 milhões ao ano e já chegamos a sete bilhões de pessoas. E toda essa gente precisa comer e a produção de alimentos precisa acompanhar esse crescimento.

A demanda por alimentos já chegou a dar um alivio a humanidade quando foi amplamente promovida a produção de grãos, mas a crescente demanda por carne e combustíveis fósseis corrompe essa estimativa.

Hoje o aumento da renda nos países emergentes fará com que o consumo de alimentos se eleve e com isso virá a necessidade do aumento da produção alimentícia, que logo levará de encontro a uma disputa entre o planeta e a sobrevivência humana, o que favorecerá a uma grande vulnerabilidade tanto para a humanidade quanto aos recursos do planeta.

A produção alimentar é responsável por um terço de toda a emissão de gases do efeito estufa, além da possível exaustão dos nutrientes causada pelo uso freqüente de fertilizantes  o que eleva a perda de biodiversidade preconizada pelos grandes latifúndios destinados a agricultura que devastam florestas protegidos por maledicente código florestal. Ainda há outros grandes impactos sobre os ecossistemas terrestres: como a mudança no curso de rios e a própria poluição, o que colabora para entrarmos numa era preocupante entre a vida humana e a escassez de recursos para prover a fome dessas pessoas.

Atentos a esse desequilíbrio alguns países da liga OCDE - Organização para a cooperação e o desenvolvimento econômico tem intensificado o desvinculamento do crescimento econômico do uso dos recursos naturais, promovendo assim um consumo mais sustentável preconizando a diminuição de perdas e acreditando no uso racional.

Sendo esta a forma mais prática de diminuir a pegada ecológica e permitir que a vida humana conviva em harmonia com o ambiente, as iniciativas e negócios devem sempre estar ligados a preservação ambiental e na eficiência no uso dos recursos permitindo o equilíbrio destas duas vidas, a humana e a ambiental.

Porém aqui no Brasil estamos fugindo um pouco deste equilíbrio haja vista os debates ao redor do novo código florestal. Nessa última aprovação acaba-se colocando as nossas APPS em vulnerabilidade, pois permitem produtores rurais avançarem ou flexibilizarem nas áreas  de preservação permanente a título de aumentar a produção agrícola. Precisamos combater  essas flexibilizações e incentivar realocação de áreas improdutivas ou destinadas a pecuária apenas para garantir movimento produtivo na propriedade rural e evitar assentamentos de movimentos por propriedade de terra.

Parece mentira, mas essa perspectiva de crescimento populacional maior que as possibilidades da produção foram citadas por Thomas Robert Malthus em 1798 onde dizia que a população crescia em progressão geométrica e a produção de alimentos em progressão aritmética.  A única falha de Malthus, no entanto foi não ter contabilizado as possibilidades tecnológicas que viriam incrementando as possibilidades  da produção que também crescem em progressão geométrica.

Mas nessa disputa pela sobrevivência do planeta e o combate a fome humana é só uma prova do que ainda poderá nos assolar em problemas futuros com o andar de nosso uso dos recursos do ambiente e nossa insustentável forma de viver. Precisamos mudar hábitos e esses... são complexos! Precisamos sentir a água bater no queixo e nos sentir ameaçados, isso pode ser tarde demais....


15 de julho de 2010

Biodiversidade bem nacional em risco

Adriana Teixeira Simoni                                                                                                                 

A ONU declarou 2010 o ano internacional da Biodiversidade, com intuito de promover no planeta uma conscientização global voltada para a necessidade de conjugarmos unidos, formas de proteger e preservar . É importante que essas ações se manifestem em diversas áreas e oriundas de diversas fontes, para que haja a proteção de toda essa variedade de vidas do planeta
Essa diversidade de vidas, se sobrepõe a maiores perdas devido a forma como nós humanos, parte desta biodiversidade, tratamos os animais, as florestas, os seres vivos e o meio em que vivemos. Nossa sobrevivência depende deste conjunto de maravilhas para viver bem e necessitamos ter uma visão sustentável para esperar e retribuir o mesmo bem estar. Estamos retirando muito além do que necessitamos da natureza e estamos repondo, muito menos do que deveríamos.

Alguns movimentos, como o 1º Fórum de Biodiversidade das Américas em Brasília de 05 de Julho a 10 de Julho de 2010, onde trouxe como campanha a iniciativa de estimular a participação de instituições e representantes da comunidade civil para através de ações simples desenvolver a idéia de preservar nossa biodiversidade, colabora para atrair maior número de pessoas conscientes dessa necessidade de ter em mente que precisamos primeiro preservar para depois usufruir.

Toda e qualquer iniciativa que venha agregar maior número de pessoas engajadas em promover ações de preservação serão importantes , sejam através de pequenos movimentos de estudantes ou entidades, de empresas, da comunidade ou de apaixonados pela natureza, pois estarão contribuindo para um processo indispensável para diversas vidas .

Porém toda essa retórica pode cair por caminhos do desânimo. A apresentação do texto sobre a reforma do código florestal, e sua prevista votação, não veio para instalar entre os preservacionistas algo otimista em relação a nossas florestas. Serviu até o momento, apenas para desenvolver debates por todos os meios de comunicação, entre os Ruralistas preocupados em aumentar suas terras produtivas, e ficarem isentos de suas multas oriundas de desmatamentos irregulares anteriores e os ambientalistas convictos de que o texto além de dúbio e obscuro é aberto a muitas interpretações sempre voltadas em prejuízos a biodiversidade , além de potencializar o problema climático .

Enfim, é triste concluirmos que não detemos a mesma preocupação ao meio em que vivemos, semelhante a uma conta bancária , onde se deposita, se deixa render e se usa o necessário, nem tão pouco, as cúpulas governamentais que poderiam colaborar instituindo leis e fiscalizações eficazes , fazem por proteger nosso bem mais valioso.

Publicado no Jornal UNESP em 17/07/2010
Publicado Jornal O Popular - Mogi Mirim -SP em 21/07/2010

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...