20 de julho de 2012

INDIVIDUALISMO E O IMPACTO AMBIENTAL



Adriana Teixeira Simoni

A crescente forma individualista de viver vem captando até os mais conservadores onde este contexto moderno se caracteriza pela homogeneização ou pela globalização cultural, tornando todos uma cópia semelhante.

Já se foi à época em que o homem buscava o individualismo para se auto-afirmar perante a sociedade a fim de singularizar sua existência. Hoje o que ocorre dependendo da forma que se observa, há uma busca pelo semelhante, um desprendimento confuso do individual numa busca homogeneizada, através de gostos e costumes onde a necessidade de ter e ser ao se igualar ao outro se contrapõe a sua condição e compromete muitas vezes sua liberdade e autonomia fazendo-o prisioneiro de uma conduta.

O capitalismo impõe essa satisfação de desejos e dá asas para pensá-lo capaz de ser e ter igual a todos, onde na verdade alcançar tal satisfação e se estabelecer como dono de sua autonomia e verdadeiramente capaz de se considerar um SER individual nada adiantará, se essa busca for ser igual, sem ideologia, sem a vontade  de realmente ser  o  protagonista de sua própria vida

Chego à conclusão de que quando o governo incentiva o povo a comprar carro, televisão, frango, enfim consumir mais, ele dá a sensação de que todos são iguais (o que seria fantástico numa sociedade), porém não é isso que ocorre. As facilidades atuais para o consumo ainda não representam a realidade brasileira como verdadeiramente é, e também ainda não é possível visualizar o que essa corrida ao consumo trará de benefícios ou prejuízos no futuro.

A frota de veículos às ruas cresce diariamente igualmente cresce os transtornos e a poluição. A população também cresce e as necessidades dessa população também, porém nada acompanha ou soluciona os problemas gerados por esse crescimento em torno do domínio de um carro particular. Pressuponho que vamos encontrar um futuro negro aí adiante.  

Provavelmente no caminhar dos movimentos da sociedade, inebriada pelo consumo, vamos acabar nos atolando em congestionamentos de trânsito comprometendo essa convivência  em sociedade. Tudo cresce junto: a falta de saúde, de educação e de segurança e neste caso, a falta de segurança compromete a todos igualmente, seja na pobreza ou na riqueza.

O impacto ambiental gerado por toda essa busca individualista causará transtornos irreparáveis ao ambiente e a humanidade. O uso constante dos recursos naturais e a grande geração de lixo diária além das emissões de gazes e o comprometimento de rios, onde não haverá neutralização com plantio de árvores que solucione. O fazer sustentável ainda não saiu do papel.


O ambiente clama por soluções mais coletivas que dignifiquem o uso do transporte público por todos e não apenas para uma faixa populacional. A construção de estruturas de transportes englobando linhas de ônibus convencionais, metrôs e trens, incentivaria de forma ostensiva o uso do transporte coletivo e melhoraria o atual cenário urbano. Permitindo sim o individualismo, mas na leitura de um bom livro até alcançar o seu destino na tranquilamente de ser levado ao seu destino por um transporte coletivo, seguro , menos impactante ao ambiente e mais potencializador de qualidade de vida. Para isso e muito mais bastaria pensar no conjunto e não estimular ainda mais o individual.

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